domingo, 9 de novembro de 2008

Aberto aos sábados

Os estudantes do Centro de Ensino 14 da Ceilândia não faltam a escola no sábado. Lá, o dia é especial, só para lazer. Iniciativa que já mostra bons resultados.

Portas abertas para quem quiser praticar esporte. A pequena quadra foi pintada pelos alunos. Mas o muro ainda é cheio de pichações. Era o lugar ideal para fazer grafite, mas falta tinta - o que prejudica uma das oficinas. A falta de recursos é driblada pelo talento de voluntários da própria comunidade.

“Os oficineiros que temos nos fins de semana são talentos da comunidade e alguns alunos nossos. São meninos que têm facilidade com a informática, por exemplo, e se dispõem a fazer um trabalho voluntário”, garante a diretora Josefa Soares.

Cerca de 250 pessoas passam pela escola todo sábado. Tem gente que quer ter informática no currículo. Outros, buscam apenas fazer arte.

A estudante Fátima, de 10 anos, tem certeza do que quer ser quando crescer: manicure e advogada . É pintando unha que sonha chegar à universidade. “Vou ser manicure antes para conseguir dinheiro para ser advogada”, planeja.

A administração não tem estatísticas, mas garante que caiu drasticamente o número de crianças envolvidas com o tráfico de drogas em quase um ano de escola aberta à comunidade.

A direção teve de se justificar à polícia porque não há mais ocorrências no colégio que era o mais violento do DF. Acharam que simplesmente não eram feitos mais registros, mas a explicação é outra.

A dança supre a falta de diversão. Na região não há cinema ou teatro. E a escola ganha um papel muito maior. “Os meninos vêm, olham, observam, se encantam com o que está acontecendo e voltam. A liberdade de entrar e sair dá movimento ao projeto”, afirma o administrador da Ceilândia, Leonardo Moraes.

As atividades de lazer no Centro de Ensino 14 estão abertas a toda a comunidade.


Fonte: Rede Globo de 08/11/08

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