sábado, 29 de novembro de 2008

Opinião: Necessita-se de ação

Segundo levantamento da Secretaria de Transportes, dos 2,5 mil pontos de ônibus espalhados pelo DF, 20% não têm condições de uso. Algumas estruturas espalhadas por cidades mais antigas, como Samambaia, Ceilândia e Taguatinga, foram erguidas na década de 1980, mas nunca passaram por reforma.

Em Ceilândia, a maioria das paradas fica nas entrequadras comerciais. Sei que o governo cobra altos impostos que, em tese, deveriam ser usados para manter a cidade em ordem. É mais que legítimo pressioná-lo para que cumpra com suas obrigações. Mas será que custava tanto assim aos comerciantes de cada entrequadra responsabilizar-se coletivamente pela reforma e manutenção das paradas localizadas nos seus arredores? Gestos de cidadania nunca levaram ninguém à falência. Como compensação, os empresários poderiam até utilizar as paradas como suporte para publicidade. Isto acontece em muitas cidades, mesmo no Brasil, onde a responsabilidade social das empresas no máximo é lembrada como tema de palestras.

Talvez seja demasiado utópico esperar alguma coisa de comerciantes que não se preocupam sequer em mandar varrer a calçada de suas lojas. De fato há alguns que mal ganham o bastante para manter a si e a sua família. Mas, ao apontar esta alternativa, não estou me referindo ao seu Zé da Birosca.

As instalações do super-hiper-megamercado Extra, por exemplo, são de Primeiríssimo Mundo. O prédio e o estacionamento estão sempre impecavelmente cuidados. Do outro lado da rua, em contraste, está a Praça da Administração. Suja, quebrada, abandonada. O desleixo da Administração Regional sem dúvida é imperdoável. Quem não cuida direito do próprio quintal não vai cuidar bem do quintal dos outros. Já o Extra teria muito a ganhar em termos de imagem se adotasse aquela praça e a transformasse em um atrativo a mais para seus consumidores.

A praça, nas condições em que se encontra, diz muito sobre os administradores públicos, mas também revela a absoluta falta de compromisso de certas empresas com a cidade onde ganham dinheiro. Nesse sentido, é necessário que as lideranças empresariais da cidade levem a responsabilidade social das empresas além do limite retórico e estimulem seus liderados a se envolver mais ativamente na vida comunitária. Gerar empregos e pagar impostos é importante. Mas é muito menos do que os empresários têm a oferecer.

Quem quer faz. Quem não quer espera o governo fazer.


Fonte: Ceilândia.com

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