quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A erosão mora ao lado


As chuvas estão chegando, com isso a preocupação dos moradores do condomínio Prive em Ceilândia aumenta. Há aproximadamente quatro anos surgiu uma erosão no local que está cada vez mais perto das casas. O buraco de aproximadamente 150 metros de comprimento e 10 metros de profundidade não para de crescer. Além da erosão, que em alguns pontos está há quase oito metros de algumas casas, as pessoas jogam muito lixo no local. Para piorar a situação, dentro do buraco existe uma mina de água, o que aumenta a preocupação das pessoas com doenças. A água fica retida nos objetos jogados dentro da cratera.

O autônomo Leonardo Cardoso dos Santos, 27 anos, acompanhou a formação do buraco. Ele disse que sempre lutou pela limpeza do local e espera medidas para contensão da cratera. Leonardo mora há 50 metros do buraco e disse que de um ano para cá a preocupação dos moradores aumentou. "A tendência é crescer cada vez mais. Caso não tomem medidas para conter a erosão, todos que moram por aqui terão problemas", lembrou.

Segundo ele, havia uma promessa de tapar o buraco, mas a única medida tomada foi a colocação de placas pedindo cuidado pela Defesa Civil. Leonardo relatou que quase todos os dias escuta o barulho da terra desmoronando no local.

Em alguns pontos, a erosão está tão perto das residências que chega a assustar. A casa em que o motoqueiro Gilmar Bezerra mora, corre mais risco de ser levada. Lá, a administração da cidade chegou a fazer uma barreira de contenção para evitar que a água da chuva caísse e aumentasse a proximidade dos imóveis. "É um perigo para todos que moram por aqui. Nós pedimos que eles façam uma drenagem da água da nascente", reclamou.

Os moradores têm medo que aconteça com eles, o que aconteceu no setor P Sul: com o avanço de uma erosão em direção as casas, várias famílias tiveram que ser removidas. Segundo o prefeito comunitário, Elvio Meireles, todos os problemas citados pela comunidade já foram encaminhados aos órgãos competentes. Ele relatou que a erosão é uma estrutura mais complexa para ser resolvida. "Ela está sendo controlada, mas o risco é muito grande", relatou.




Além da contenção da erosão, os moradores solicitam a construção de uma calçada em volta do condomínio e a pavimentação de uma rua que fica ao lado da cratera. Quem vive nas chácaras vizinhas ao Prive e precisa chegar até a BR-070 tem dificuldade de se locomover. Quando chove, a água que vem do Setor O desce pela rua sem asfalto e os moradores ficam ilhados.

Segundo o vice-prefeito do condomínio, Maurício Albuquerque, há muitos anos eles pedem o calçamento do local. "A comunidade sempre cobrou, só que a construção dessa calçada tem sido protelada pelas autoridades", disse.

Para a comerciante Cristina Lisboa, uma das prioridades é a pavimentação da rua. "A construção do asfalto e da calçada é uma necessidade de todos. Na época de chuva é sempre a mesma coisa, os moradores sofrem com a enxurrada", reclamou.

O administrador de Ceilândia, Leonardo Moraes, disse que o problema da erosão é o mais complicado de ser resolvido, pois o condomínio ainda está em fase de regularização. O controle do buraco é uma das maiores preocupações dos órgãos ambientais.

Quanto a construção da calçada e do asfalto, ele disse que as obras já foram licitadas e terão início ainda em novembro. Já a pavimentação e o calçamento da rua que divide o condomínio das chácaras deve demorar um pouco mais, pois existem nascentes dentro da cratera.. Para realizar o trabalho, a administração terá que desenvolver um Plano Ambiental de recuperação da área.


Fonte: Tribuna do Brasil de 04/11/08

Nenhum comentário: