terça-feira, 18 de agosto de 2009

Planaltina faz 150 anos

Aos 94 anos, dona Georgina Diogo de Oliveira conta que quando se mudou para Planaltina a rua era cheia de buracos e não havia luz elétrica, água encanada nem asfalto. A poeira tomava conta do local e a claridade era de lampião. Dona Georgina não se casou, mas criou 10 filhos da sua irmã, falecida. Ao lado do seu sobrinho mais velho, João Batista de Oliveira, 83 anos, disse: “Para mim, aqui é muito bom, não precisa lugar melhor, não”.

Dona Georgina se mudou para Planaltina porque a considerava uma cidade pacata e tranquila, e também pelas condições financeiras, já que lá foi mais fácil comprar uma casa.

Hoje, a realidade da cidade, que comemora amanhã 150 anos de idade, é outra. Para o administrador regional de Planaltina, Aylton Gomes, a maior dificuldade da região é a geração de empregos. “Mas temos muito o que comemorar. Somos, por exemplo, os melhores no Brasil em hortifrutigranjeiros. Aqui, estão os maiores produtores de pimentão do país”, disse. Segundo o administrador, a meta é tornar Planaltina a capital do agronegócio. “Assim, iremos alavancar também a questão do emprego.”

Em l9 de agosto de 1859, foi criado o Distrito de Mestre D'armas, que pertencia ao município de Formosa, por meio da Lei nº 3, da Assembléia Provincial de Goiás. De acordo com dados da Administração Regional, o primeiro nome do povoado foi Mestre D'armas. O nome surgiu porque na região havia se instalado um ferreiro, perito na arte de consertar e manejar armas, que recebeu o título de mestre, e a expressão passou a identificar o local.

Conta a história que a fundação do núcleo em que se originou Planaltina é atribuída ao fazendeiro José Gomes Rabelo, que se mudou da então capital da Província de Goiás para a Lagoa Bonita, e estendeu suas posses até a morada do Mestre D'armas. Lá, construíram uma capela de taipa, em pagamento de promessa feita a São Sebastião, para se livrarem de uma epidemia que os atacava na época. A atual igreja de São Sebastião conserva até hoje as mesmas características da sua criação.

Dentre os monumentos históricos da região ganham destaque, além da igrejinha de São Sebastião, a pedra fundamental da futura Capital. Dados da Administração Regional demonstram que em 1922 - ano do centenário da independência do Brasil - o deputado Americano do Brasil apresentou um projeto à Câmara incluindo entre as comemorações a serem celebradas o lançamento da pedra fundamental da futura capital, no planalto Central.

O presidente da República na época, Epitácio Pessoa, baixou um decreto determinando o assentamento da pedra fundamental, em 7 de setembro de 1922, no Morro do Centenário, na Serra da Independência, a 9 quilômetros de Planaltina.

Em 1955, a comissão chefiada pelo marechal José Pessoa Cavalcante delimita a área e o sítio da nova capital. O quadrilátero do Distrito Federal passou então a ocupar uma área de 5.814 quilômetros quadrados, sobreposta a três municípios goianos, um dos quais Planaltina, que teve seu território dividido em duas partes, ficando sua sede dentro da área do Distrito Federal.

Depois de incorporada à nova estrutura administrativa, Planaltina perdeu a condição de sede de município, passando a ser considerada como cidade do Distrito Federal. A outra parte do município que ficou fora do quadrilátero do Distrito Federal recebeu o nome de Planaltina de Goiás, conhecida como Brasilinha.



Fonte: Tribuna do Brasil

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