Ketleyn Quadros brindou a chegada de 2009 com uma saudade grande do calendário que já virou história. E não poderia ser diferente. O ano passado entrou para a vida da judoca como a temporada mais especial da carreira desta brasiliense de 21 anos que deixou Ceilândia para brilhar do outro lado do mundo.
Desde o início incerto de 2008 — quando teve que partir para a Europa e superar a rival paulista Danielle Zangrando na seletiva para os Jogos — até o momento em que subiu no pódio em Pequim para receber o bronze na categoria até 57kg e se tornar a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica em competições individuais, Ketleyn garante que quase tudo foi especial na temporada passada. “Foi um ano de muita luta e de muito progresso, tanto na minha carreira profissional como pessoalmente. Cresci e aprendi muito com esse ano”, resume.
Entretanto, apesar de tantas conquistas, 2008 foi embora deixando uma ponta de frustração. Afinal, mesmo com toda a badalação que se formou em torno da judoca após o bronze em Pequim, Ketleyn Quadros encerrou o ano sem ter conseguido atingir um de seus principais planos: a conquista de um patrocinador.
“Antes da medalha, eu tinha procurado um patrocínio, mas sabia que seria difícil porque eu não era muito conhecida”, contou. “Depois de Pequim, eu achei que, com a medalha, seria um pouquinho mais fácil. Não pensava que teria tanta dificuldade”, lamentou.
Neste mês, Ketleyn completa três anos longe de Brasília. Filha de uma família humilde — a mãe, Rosemeire, e o pai, Kleber, são cabeleireiros —, ela mudou-se para Belo Horizonte depois de receber um convite para treinar na equipe do Minas Tênis Clube.
Na capital mineira, a brasiliense vive em uma república com outras atletas do Minas. Divide o quarto com a melhor amiga, a também brasiliense e judoca olímpica Érika Miranda — que teve de voltar de Pequim antes de competir devido a uma lesão identificada em exames feitos na China — , e não tem custos com aluguel ou alimentação. O clube também arca com despesas dos treinamentos e das viagens, além de conceder uma ajuda de custo de R$ 1.200 para Ketleyn.
Embora reconheça a importância do valor que recebe do Minas, Ketleyn sonha com um pouco mais de conforto, principalmente no futuro, pois tem consciência de que a carreira de um atleta é curta. Por conta disso, depois da fama gerada com a conquista da medalha, a judoca preparou um projeto de patrocínio e o encaminhou, com a ajuda de um amigo, a cerca de 40 empresas de Minas Gerais e do Distrito Federal. E ouviu as mesmas respostas negativas.
“A maioria negou dizendo que com a crise econômica não poderia ajudar”, lembrou a brasiliense. “Algumas até deram mais atenção, mas disseram que só poderiam voltar a pensar no assunto em 2009”, ressaltou. “Sinceramente, isso me desanima um pouco porque eu não sei mais o que um atleta precisa fazer para conseguir patrocínio. Mas não é agora que eu vou desistir. Acho que vai aparecer alguém para me apoiar”, confia.
Como o judô é um esporte amador, os atletas, mesmo os mais bem-sucedidos como Ketleyn, precisam de um patrocínio pessoal para garantir que, ao fim da carreira, tenham um porto seguro. Em troca, oferecem a visibilidade da marca das empresas em entrevistas ou em campanhas publicitárias. “Quero ter um pouco de tranquilidade. Quero uma ajuda que me permita ter um carro, uma casa. Agora que acabou um ciclo olímpico, vou começar a fazer o próximo. E esse patrocínio me daria mais tranquilidade para garantir uma preparação melhor.”
Fonte: Correio Braziliense de 01/01/09
Desde o início incerto de 2008 — quando teve que partir para a Europa e superar a rival paulista Danielle Zangrando na seletiva para os Jogos — até o momento em que subiu no pódio em Pequim para receber o bronze na categoria até 57kg e se tornar a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica em competições individuais, Ketleyn garante que quase tudo foi especial na temporada passada. “Foi um ano de muita luta e de muito progresso, tanto na minha carreira profissional como pessoalmente. Cresci e aprendi muito com esse ano”, resume.
Entretanto, apesar de tantas conquistas, 2008 foi embora deixando uma ponta de frustração. Afinal, mesmo com toda a badalação que se formou em torno da judoca após o bronze em Pequim, Ketleyn Quadros encerrou o ano sem ter conseguido atingir um de seus principais planos: a conquista de um patrocinador.
“Antes da medalha, eu tinha procurado um patrocínio, mas sabia que seria difícil porque eu não era muito conhecida”, contou. “Depois de Pequim, eu achei que, com a medalha, seria um pouquinho mais fácil. Não pensava que teria tanta dificuldade”, lamentou.
Neste mês, Ketleyn completa três anos longe de Brasília. Filha de uma família humilde — a mãe, Rosemeire, e o pai, Kleber, são cabeleireiros —, ela mudou-se para Belo Horizonte depois de receber um convite para treinar na equipe do Minas Tênis Clube.
Na capital mineira, a brasiliense vive em uma república com outras atletas do Minas. Divide o quarto com a melhor amiga, a também brasiliense e judoca olímpica Érika Miranda — que teve de voltar de Pequim antes de competir devido a uma lesão identificada em exames feitos na China — , e não tem custos com aluguel ou alimentação. O clube também arca com despesas dos treinamentos e das viagens, além de conceder uma ajuda de custo de R$ 1.200 para Ketleyn.
Embora reconheça a importância do valor que recebe do Minas, Ketleyn sonha com um pouco mais de conforto, principalmente no futuro, pois tem consciência de que a carreira de um atleta é curta. Por conta disso, depois da fama gerada com a conquista da medalha, a judoca preparou um projeto de patrocínio e o encaminhou, com a ajuda de um amigo, a cerca de 40 empresas de Minas Gerais e do Distrito Federal. E ouviu as mesmas respostas negativas.
“A maioria negou dizendo que com a crise econômica não poderia ajudar”, lembrou a brasiliense. “Algumas até deram mais atenção, mas disseram que só poderiam voltar a pensar no assunto em 2009”, ressaltou. “Sinceramente, isso me desanima um pouco porque eu não sei mais o que um atleta precisa fazer para conseguir patrocínio. Mas não é agora que eu vou desistir. Acho que vai aparecer alguém para me apoiar”, confia.
Como o judô é um esporte amador, os atletas, mesmo os mais bem-sucedidos como Ketleyn, precisam de um patrocínio pessoal para garantir que, ao fim da carreira, tenham um porto seguro. Em troca, oferecem a visibilidade da marca das empresas em entrevistas ou em campanhas publicitárias. “Quero ter um pouco de tranquilidade. Quero uma ajuda que me permita ter um carro, uma casa. Agora que acabou um ciclo olímpico, vou começar a fazer o próximo. E esse patrocínio me daria mais tranquilidade para garantir uma preparação melhor.”
Fonte: Correio Braziliense de 01/01/09
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