Basta andar pelo centro das grandes cidades do Distrito Federal para perceber que o número de ambulantes diminuiu. A presença de camelôs em pontos fixos praticamente não existe mais. Em 2008, muitos ignoraram a política do GDF de não permitir ocupações irregulares de espaços públicos e se deram mal.
De janeiro a dezembro do ano passado, as operações da Agência de Fiscalização (Agefis) resultaram na remoção de 4.475 ambulantes no Plano Piloto e outras três regiões administrativas. Foram 1.725 remoções em Ceilândia, 1,2 mil em Brasília, 800 em Taguatinga e 750 no Gama. Ou seja, 12 ambulantes foram retirados das ruas a cada dia, um a cada duas horas.
Nas ações, bolsas, calçados, roupas e equipamentos eletrônicos saíram de circulação, mas os campeões de venda ilícita nas esquinas das cidades foram os CDs e DVDs, com mais de 1 milhão de cópias falsificadas apreendidas. O diretor de fiscalização de atividades econômicas da Agefis, Luiz Carlos Vilhena de Souza, diz que a fiscalização este ano permanecerá intensa.
Ele ressalta que, se necessário, irá aumentar o efetivo de agentes no combate ao comércio clandestino: "Mantemos equipes em todos os grandes centros todos os dias. A política do governo é clara e, se julgarmos necessário, vamos dobrar o número de fiscais para coibir a ação dos camelôs".
O Jornal de Brasília percorreu, na manhã de ontem, os centros de Taguatinga e Ceilândia. Em ambos os lugares, fiscais da Agefis acompanhados por policiais militares faziam rondas. Mesmo com a presença deles, muitos ambulantes insistem em desafiar a lei e comercializam seus produtos nas calçadas, nas praças ou em qualquer outro ponto com grande fluxo de pedestres.
Para não ter o material apreendido pelo "rapa" (nome dado pelos camelôs aos agentes de fiscalização), os ambulantes mantêm olheiros em pontos estratégicos. No Centro de Ceilândia, um vendedor de paçoca, aparentando ser menor de idade, é quem avisa quando o "rapa" se aproxima: "Olha o rapa!".
O alerta faz a calçada ficar livre em menos de dez segundos. Um gerente de loja que preferiu não se identificar diz que os camelôs recrutam crianças e panfleteiros para fazer esse trabalho. "Tem um garoto que recebe R$ 5 para ficar de campana avisando quando a fiscalização aponta", acusa.
A agilidade dos camelôs impressiona. Uma vendedora de bolsas, ao saber da presença dos fiscais, junta as quatro pontas do cobertor onde os produtos estão expostos, suspende e corre para o outro lado da rua. Já uma mulher que comercializa roupas infantis joga tudo dentro de uma caixa de fogão, coloca nas costas e vai embora, como se nada estivesse acontecendo.
Os vendedores de CDs, DVDs e óculos falsificados são mais ousados. Eles ficam observando os fiscais e só saem quando estes se aproximam. Para facilitar a fuga na hora em que o "rapa" passa, quase todos acomodam os produtos em um papelão, reforçado com madeira. A engenhoca é em forma de "V" e facilita o transporte na hora de correr.
Mas engana-se quem pensa que os ambulantes foram embora. Enquanto a fiscalização e a PM dobram a esquina, eles se instalam no estacionamento em frente à Feira Permanente de Ceilândia, do outro lado da rua – e assim o jogo de gato e rato acontece todos os dias.
Fonte: Jornal de Brasília de 19/01/09
De janeiro a dezembro do ano passado, as operações da Agência de Fiscalização (Agefis) resultaram na remoção de 4.475 ambulantes no Plano Piloto e outras três regiões administrativas. Foram 1.725 remoções em Ceilândia, 1,2 mil em Brasília, 800 em Taguatinga e 750 no Gama. Ou seja, 12 ambulantes foram retirados das ruas a cada dia, um a cada duas horas.
Nas ações, bolsas, calçados, roupas e equipamentos eletrônicos saíram de circulação, mas os campeões de venda ilícita nas esquinas das cidades foram os CDs e DVDs, com mais de 1 milhão de cópias falsificadas apreendidas. O diretor de fiscalização de atividades econômicas da Agefis, Luiz Carlos Vilhena de Souza, diz que a fiscalização este ano permanecerá intensa.
Ele ressalta que, se necessário, irá aumentar o efetivo de agentes no combate ao comércio clandestino: "Mantemos equipes em todos os grandes centros todos os dias. A política do governo é clara e, se julgarmos necessário, vamos dobrar o número de fiscais para coibir a ação dos camelôs".
O Jornal de Brasília percorreu, na manhã de ontem, os centros de Taguatinga e Ceilândia. Em ambos os lugares, fiscais da Agefis acompanhados por policiais militares faziam rondas. Mesmo com a presença deles, muitos ambulantes insistem em desafiar a lei e comercializam seus produtos nas calçadas, nas praças ou em qualquer outro ponto com grande fluxo de pedestres.
Para não ter o material apreendido pelo "rapa" (nome dado pelos camelôs aos agentes de fiscalização), os ambulantes mantêm olheiros em pontos estratégicos. No Centro de Ceilândia, um vendedor de paçoca, aparentando ser menor de idade, é quem avisa quando o "rapa" se aproxima: "Olha o rapa!".
O alerta faz a calçada ficar livre em menos de dez segundos. Um gerente de loja que preferiu não se identificar diz que os camelôs recrutam crianças e panfleteiros para fazer esse trabalho. "Tem um garoto que recebe R$ 5 para ficar de campana avisando quando a fiscalização aponta", acusa.
A agilidade dos camelôs impressiona. Uma vendedora de bolsas, ao saber da presença dos fiscais, junta as quatro pontas do cobertor onde os produtos estão expostos, suspende e corre para o outro lado da rua. Já uma mulher que comercializa roupas infantis joga tudo dentro de uma caixa de fogão, coloca nas costas e vai embora, como se nada estivesse acontecendo.
Os vendedores de CDs, DVDs e óculos falsificados são mais ousados. Eles ficam observando os fiscais e só saem quando estes se aproximam. Para facilitar a fuga na hora em que o "rapa" passa, quase todos acomodam os produtos em um papelão, reforçado com madeira. A engenhoca é em forma de "V" e facilita o transporte na hora de correr.
Mas engana-se quem pensa que os ambulantes foram embora. Enquanto a fiscalização e a PM dobram a esquina, eles se instalam no estacionamento em frente à Feira Permanente de Ceilândia, do outro lado da rua – e assim o jogo de gato e rato acontece todos os dias.
Fonte: Jornal de Brasília de 19/01/09
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