terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Correndo de costas


Depois de 1 hora e 58 minutos, Roberth Mytchuwm completou a última São Silvestre. A colocação não foi das melhores, pois chegou entre os 13 mil, porém deixou outro batalhão para trás. Até aí, tudo normal. Entretanto, além das 205 tatuagens por todo o corpo, dos alargadores de orelha e do ar exótico, a diferença é que ele fez os 15 km da prova correndo de costas, inédito na mais tradicional competição de rua do Brasil. Neste domingo, ele tem mais um desafio: concluir os 10 km da Corrida de Reis, também de costas.

Conhecido como Kalango no meio esportivo, Roberth nasceu na Bahia e mudou-se para Ceilândia quando ainda era jovem. Aos 47 anos, ele começou a correr para combater o vício no fumo. Desde 2002, decidiu completar as provas de um jeito diferente, começou então a correr de costas. “Fiz isso da primeira vez como forma de protesto à baixa premiação de uma corrida em Taguatinga. Desde então já foram três competições correndo assim”, conta.

Depois do desafio da Corrida de Reis, Kalango pretende participar de, pelo menos, mais duas corridas de destaque neste ano. Uma delas é a Meia-Maratona do Rio de Janeiro, em outubro. Mas o desafio maior deve acontecer em dezembro, quando espera ir aos EUA, levar todo o exotismo à mais importante maratona do mundo, a de Nova York.

O atleta garante que normalmente não treina de costas, já que o desgaste é muito grande. “As pontas dos dedos e a panturrilha ficam doendo por vários dias. Tem que deixar tudo só para o dia da competição mesmo”, explica Kalango, que, diferentemente da maioria dos atletas, não reclama de patrocínio, pois tem apoio integral de um curso pré-vestibular da cidade.



Fonte: Jornal Coletivo e Rede Globo

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