domingo, 9 de março de 2008

Trágica coincidência

Foi sepultado ontem (08/03/08) o motorista da Viação Pioneira, Gilmário Siqueira Meneses, 35 anos, no cemitério de Taguatinga. Gilmário foi uma possível vítima de espancamento provocado por uma discução entre ele com um policial e um vigilante.

O PM teria pedido para a vítima tirar o carro que se encontrava próximo ao seu. Gilmário disse que ele tinha de esperar, caso contrário "passasse com o carro por cima". O espancamento foi iniciado logo depois que o motorista repetiu a frase para o soldado e o vigilante.

A grande coincidência aqui aconteceu com o velório que acontecia ao lado do de Gilmário. Gilmar Vareto Damásio, 48 anos, foi sepultado no mesmo horário. Ele ficou em coma em um hospital do DF por vários dias. Gilmar é proprietário do Quiosque Millennium, localizado QNN 23/25, em Ceilândia Norte.

De acordo com relatos de três testemunhas na delegacia, era meia-noite de domingo (24/02/08) quando o cabo Pedro Amorim Guimarães teria se incomodado com o volume do som vindo do quiosque que se encontra em frente a sua farmácia. O policial estava de folga, mas resolveu ligar para outros policiais pedindo solução para o barulho.

A funcionária do estabelecimento, Vanderléia Ribeiro Calazans, 25 anos, estava limpando as mesas quando presenciou a chegada da segunda viatura. "Eles chegaram mandando fechar o bar e desligar o som. Depois eu entrei e ouvi quatro tiros", relata. As balas não chegaram a atingir pessoas, mas duas delas atravessaram o quiosque. "Eu fiquei com medo. Só saí quando os policiais foram embora e vi o Gilmar estirado no chão", disse a jovem.

Cinco PMs são suspeitos de terem espancado o comerciante, sendo um comandante, com mais de dez anos de serviço, três soldados e o cabo Pedro Amorim. "Ele (o cabo) nega participação e o comandante nega que tenha agredido", relata o coronel do 8º BPM, que preferiu preservar o nome dos demais envolvidos.

A Polícia Civil instaurou inquérito. A princípio, os responsáveis poderão responder por tentativa de homicídio com requintes de crueldade e tortura aplicada, cuja pena pode chegar a 20 anos de reclusão. Caso a vítima não resistisse às lesões, entre elas a de traumatismo craniano, a situação se complicaria e os agressores poderiam responder pelo crime de homicídio.


Os familiares e amigos pedem justiça.

Fontes: DF Record e Jornal Local de 08/03/08 e Jornal de Brasília de 28/02/08.

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