segunda-feira, 17 de março de 2008

Passeata de paz

Eram 7h quando a organização da 6ª Caminhada pela Paz na Ceilândia começou a se agrupar no estacionamento do Supermercado Extra, ao lado da Administração Regional da cidade. Com um café colonial oferecido pelo parceiro Extra, muitas pessoas se prepararam para a caminhada que seguiu até o Lions Clube. Na concentração houve apresentação da Águia Imperial, escola de samba campeã do carnaval de Brasília, que animou os participantes. Durante o percurso, o acompanhamento da polícia e dos bombeiros e a água mineral cedida pela Caesb tornaram a caminhada um grande evento.
Para o coordenador-geral da caminhada, Salvador Almeida, participar do evento é tomar partido pela cidade. "A gente tem que traçar uma linha e seguir aquele caminho de união para pedir paz", explica. Apesar da baixa divulgação, a meta era conseguir reunir a população em torno de uma causa. "O importante é conscientizar a comunidade de que ela tem que ser mais unida, alertar que nós, ceilandenses, somos um só time buscando a paz, não só no trânsito", conclui Salvador.
Bruna Almeida, filha de Salvador, participa de ações comunitárias desde criança e completa o pensamento do pai. "Temos que nos unir primeiro. Se nós não mudarmos, ninguém muda por nós", explica. Quem teve ânimo de levantar cedo confirma a importância da iniciativa. Gerusa Silva levou os filhos para participarem da atividade. "Trago meus filhos porque eles também acabam me incentivando. Acho importante esse tipo de evento que é até mesmo cultural, pois serve para que eles saibam o que significa esse tipo de ato", afirma Gerusa.
O projeto das caminhadas surgiu no centenário do grupo Rotary. Na cidade, o evento acontece desde 2003 e já chegou a reunir cerca de mil pessoas. Esse ano contou com o apoio de importantes parceiros que forneceram todo o pessoal e material necessários. No local da chegada, pipoca e algodão para as crianças, atendimento médico voluntário para a comunidade, sorteio de brindes e música completaram a celebração. Antônio Leitão, um dos coordenadores do evento no Lions, diz ser a primeira vez que eles participam diretamente do projeto, mas enxerga a importância dessa parceria de longa data. "Acima de tudo, esse é um trabalho pela paz. A gente procura sempre participar desse tipo de campanha para a melhoria da cidade", afirma Antônio.
No Lions, grupos de médicos, dentistas e outros profissionais prestaram serviços à comunidade. Emery Borges, dentista voluntária do evento, explica como. "No nosso caso, onde existe campanha de ação comunitária, o nível de cárie cai. O trabalho nos centros de saúde, a chamada parte curativa, também fica menor, pois a prevenção conscientiza a população de como fazer uma higienização correta". Crianças ganharam kits com escova e pasta de dente e aprenderam como escovar os dentes da forma correta. Testes de glicose, medida de pressão e encaminhamento médico também foram oferecidos.
Aproveitando a oportunidade, o projeto Ceilandense Sangue Bom continua agindo pela cidade e também marcou presença no evento, junto com o Grupo de Apoio Cívico e a Guarda Nacional de Proteção Ambiental. No cadastramento de doadores que ocorreu na Administração no último dia 7, cerca de 400 pessoas doaram sangue e agora fazem parte do cadastro nacional do Hemocentro. Para Cecílio Aguiar Rosa, chefe da junta Militar, essa foi uma outra oportunidade para alertar a população sobre a importância da participação cidadã. "O foco, como sempre, é a cidade. Mudando conceitos e princípios básicos da vida, sobre como alguém pode cuidar da sua cidade, e desenvolvendo a cidadania através de ações práticas", explica Cecílio.
A presidente do Conselho de Saúde de Ceilândia, Joseneide de Sousa, afirma que esse era um antigo sonho de trabalho comunitário. "A cidade está vislumbrando tempos melhores, se enchendo de esperança. Ela está mudando", comenta. Para Salvador, essa é a grande oportunidade de a cidade realizar algo grandioso. "Talvez a Ceilândia possa dar o exemplo de uma cidade que está mudando de cara e que o povo percebe isso e participa", conclui.


Fonte: Tribuna do Brasil

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