terça-feira, 13 de maio de 2008
Ajuda especial
A Associação de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais em Ceilândia comprova que deficientes físicos só precisam de uma chance para mostrar que também são capazes. A instituição que existe há mais de 20 anos foi criada pela dona de casa Maria Abadia Cassiano das Mercês, a fim de ajudar os portadores de necessidades especiais da cidade a superar barreiras. Com um único carro, dona Abadia leva os associados para tratamento médico e dentário e faz arrecadação de objetos doados como: cadeiras de rodas, bengalas, muletas e óculos.
A instituição que funcionava na QNN 25 da cidade foi transferida para um galpão cedido pela Administração de Ceilândia em fevereiro deste ano. Hoje sobrevive realizando bazares e recebendo doações da comunidade. Em fevereiro, a instituição venceu uma licitação para aplicar um projeto do Ministério do Trabalho (MTE), que visa preparar jovens para o mercado de trabalho. Em duas salas pequenas e improvisadas, duas professoras do MTE dão aulas para 115 alunos da cidade, na sua maioria alunos carentes ou com deficiência física. Com computadores doados, os alunos têm aulas práticas de computação, de técnicas de vendas e oficinas de relacionamento pessoal. "Nossos alunos são aplicados e damos a oportunidade de se inserirem no mercado de trabalho", disse dona Abadia.
A associação funciona hoje como uma espécie de centro de excelência: empresários da cidade ligam para lá solicitando deficientes para serem inseridos no mercado de trabalho. Depois de ver o perfil solicitado, dona Abadia leva as pessoas para fazer a entrevista e ver se pode se encaixar na vaga solicitada. Dona Abadia disse que já muitos deficientes a arrumar emprego, mas ela também encaminha pessoas que não são deficientes para o mercado de trabalho.
Ela é mãe biológica de seis filhos, dos quais um tem deficiência. Mesmo assim, arrumou tempo para adotar outros três filhos também portadores de necessidades especiais. Dona Abadia conta que sempre trabalhou com deficientes e com o nascimento do filho, hoje com 28 anos, decidiu abraçar de vez a causa.
O trabalho de dona Abadia é elogiado por todos. Além de ajudar deficientes físicos, ela ajuda pessoas carentes da cidade. Às quartas-feiras, ela sai bem cedo para recolher verduras e legumes e fazer a doação para famílias e creches necessitadas. Ela diz que chega a recolher até 500 quilos por semana. Nos dias em que sai para comprar os alimentos, a fila em frente a sua casa começa a ser formada às 7horas. "Com esse meu trabalho eu já consegui ajudar muitas pessoas e creches da cidade", diz, orgulhosa.
A instituição não tem funcionário próprio e o trabalho é feito com o auxílio da comunidade que colabora com o trabalho voluntário.
Fonte: Tribuna do Brasil
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