quinta-feira, 22 de maio de 2008
Crescimento desordenado
De um lado, representantes de cooperativas habitacionais. Do outro, membros de associações rurais. Os dois grupos deram o tom dos debates na quarta audiência pública promovida pela Câmara Legislativa para discutir a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) – Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 46/2007. Reivindicações por mais agilidade do governo na regularização de condomínios e pedidos de maior atenção aos produtores agrícolas e às atividades de turismo ambiental foram os destaques da reunião, ontem, no auditório da Administração Regional de Ceilândia.
O encontro tinha como objetivo discutir propostas referentes à área de planejamento que engloba as cidades de Taguatinga, Águas Claras, Samambaia e Ceilândia. Após ouvir as falas de diversos representantes da comunidade, a promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Marta Eliana de Oliveira, disse que a proposta do governo encaminhada à Câmara Legislativa carece de uma política voltada aos conselhos rurais. “Ao longo da história, as áreas públicas têm sido tratadas como mero estoque para a expansão urbana. Mas tratar do PDOT não significa pensar apenas o crescimento das cidades. O território deveria ser visto como um conjunto harmônico, entre o urbano e o rural, de forma a prover sustentabilidade para todos”.
Danilo Aucélio, secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma), respondeu apenas que o órgão do governo tentou ao máximo atender às demandas dos proprietários rurais e preferiu destacar os avanços de planejamento urbanístico, especialmente no tocante à problemática do trânsito, enfocados na revisão do PDOT.
Apesar das promessas de melhorias no sistema de transporte e de provimento de mais áreas habitacionais, a comunidade rural insistiu na preservação dos recursos naturais. “Deixem Ceilândia respirar. A sociedade não precisa apenas de casa, mas também de um ambiente favorável para aproveitar a vida, com direito ao lazer e à produção de alimentos saudáveis.
Hoje, as áreas rurais remanescentes são espaços propícios para isso, senão ficaremos sem um córrego sequer”, disse Fragmar Diniz, da Associação de Turismo Rural de Ceilândia.
Fonte: ComuniWeb
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