terça-feira, 27 de maio de 2008

Curiosidades sobre os distritais



Eles são conhecidos pela luta política, pelas habilidades de oratória e até por conta das denúncias que fazem no palanque da Câmara Legislativa do Distrito Federal. E entre os 24 deputados e deputadas que compõem a Casa Distrital, política é a única habilidade que une todos eles. Cabeleiro, piloto de corrida, baterista de heavy metal e até quase um time completo de campeões de futebol. Eleitos por diferentes regiões e categorias sociais, os deputados distritais realmente dão o que falar.

O cantor
Quem ouve o deputado Leonardo Prudente (DEM) na tribuna não consegue imaginar que a mesma voz que defende os projetos do Executivo na Câmara é utilizada para uma outra paixão: o canto. Ele é líder do governo, mas também é considerado líder da "bancada da música" na Casa. "Toda reunião que temos, ele canta, e canta muito bem", confidenciou uma deputada da oposição.
Nascido em Goiânia, Prudente aprendeu lá que poderia conquistar muitas coisas com os arcodes do violão. "Sempre fui muito tímido e a música era minha arma de sedução. Conquistei vários corações", disse, às gargalhadas, o envergonhado deputado. Prudente largou a academia onde dava aulas para se dedicar ao mundo da geologia. Porém, acabou ganhando notoriedade mesmo com a política. Mas não deixou o mundo da música de lado e chegou a gravar dois discos - um deles com o lançamento em breve. "Gravo só para não perder a mão e distribuo para os amigos", diz. No primeiro disco foram dois mil exemplares, que - dizem - não deu para quem quis. "Acho que no próximo vou fazer igual aos cantores famosos: vou colocar na internet e ver a aceitação", brincou.

A Dupla
Ele não é do mesmo partido de Leornardo Prudente. Muitas vezes até discordam das posições políticas no plenário da Câmara. Mas o fato é que Wilson Ferreira de Lima (PR), nascido em Ceres (GO), insiste na coligação quando o assunto é música. "Toda festa da casa, o Wilson canta junto com o Prudente. Eles formariam uma boa dupla sertaneja", brincou o deputado Paulo Tadeu (PT). Lima, que já vendeu picolés, foi frentista, mecânico, lanterneiro, pintor, balconista e até cobrador de ônibus também tem grande afinidade com os acordes. Mas, segundo brincadeiras dos bastidores, o difícil é ele seguir rigorosamente as letras das canções. "Isto é tudo uma campanha difamatória desta oposição que não tem o que fazer", brincou.

A pianista
Nascida em Capanamea (PA), ela demorou a conhecer um piano. Mas quando viu o primeiro, se apaixonou. Daí, Eurides Brito da Silva, deputada distrital pelo PMDB e conhecida como grande educadora, tornou-se também uma pianista de mão cheia. "Tenho vergonha de contar que sou pianista. Minha filha, Ana Claudia, é muito mais talentosa. Eu simplesmente engano", diz. De acordo com relatos dos colegas, Eurídes poderia ter se tornado uma musicista famosa no Brasil. E até por conta deste amor que sente pela música ela arregaçou as mangas e batalhou para aprovar o projeto Concertos Didáticos. Com a lei, crianças da rede de ensino público passaram a visitar as dependências do Teatro Nacional Cláudio Santoro para assistir apresentações da Orquestra Sinfônica da cidade. "Não é discurso, não. Eu acredito que a cultura pode transformar o cidadão de verdade", defendeu.

Jogador
Vice-presidente da Câmara Legislativa, o deputado Paulo Tadeu Vale da Silva (PT) não perde uma partida de futebol. Nascido em Sobradinho (DF), O parlamentar se auto-intitulou um dos maiores craques do circuito não-profissional do futebol da região, que envolve também Planaltina. No currículo, a participação na seleção brasiliense de juniores, chegando até treinar com o time profissional com 22 anos. Seguro, Tadeu disse que tem o estilo parecido com o do jogador francês Zidane. Com a idade que avança, ele agora é estrela do campeonato de Masters e chegou a jogar ao lado de Paulo Vitor (ex-fluminense). Desde o início do campeonato, no começo do mês, o petista ainda não marcou nenhum gol. Mas tem uma desculpa na ponta da língua. "Nem joguei porque estou contundido", justificou-se.

Na Rede
Ele já foi ambulante e gritador na Feira da Ceasa. Trabalhou no Serviço Médico do Ministério da Agricultura, foi secretário de Estado e é o atual corregedor da Câmara. Mas o deputado Rôney Tanios Nemer (PMDB) diz que gosta mesmo é de jogar vôlei. Segundo disse, aprendeu jogar na sua juventude. Praticou o esporte e continua a ter participação significativa na área, colaborando e auxiliando em projetos esportivos de inclusão social nas comunidades mais carentes. Nemer é amigo dos voleibolistas Tande e Leila, com quem já atuou nas equipes da APCEF e do Minas Brasília Tênis Clube. Como padrinho da torcida organizada do Paranoá Esporte Clube, concluiu várias obras de infra-estrutura na área esportiva, como a construção do estádio de futebol e a praça poliesportiva ao lado da Igreja Matriz.

Tesouras nas mãos
Quem nasceu no interior sabe bem como funciona: filha mulher tem de ser prendada. E Jaqueline Maria Roriz (PSDB) não foge à regra. Além das habilidades incontestáveis a frente das empresas de pecuária da família, a deputada é também uma "expert" no mundo encantado das tinturas e cortes de cabelos.
De tanto gostar da área, a deputada chegou a fazer curso profissionalizante de cabeleireira. Sabe cortar, pintar e arrumar um penteado. Em alguns eventos de ação social ou comemorativos, ela reúne a comunidade e faz um mutirão de corte de cabelo para a população carente. Antenada com a moda, ela dá até uma força para as amigas quando não conseguem vaga nos salões profissionais da cidade. "Tenho todo meu material. Quando preciso, boto a mão na massa mesmo. Recentemente, cortamos os cabelos das detentas da Colméia (Presídio Feminino do DF). Foi ótimo para elas e maravilhoso para mim", avaliou.

Piloto
Tri-campeão nas pistas de Stock Car em 1984, 1988 e 1989, o deputado distrital Raad Massouh (DEM) foi o piloto de maior expressão nas corridas da principal categoria do automobilismo brasiliense. Até hoje é considerado o maior piloto do Campeonato Brasília e Goiânia. Sua primeira corrida foi em 1980, em um Dodge Polara, e a partir daí vieram os títulos: um em 1984, outro em 1988 e o ultimo em 1989. "A adrenalina da corrida é maravilhosa. Uma emoção que não existe, nem mesmo aqui na Câmara", comparou. Apaixonado pelos carros, ele não se desligou totalmente do automobilismo e ainda hoje participa de vários eventos na cidade. "Acompanho mesmo. Brasília tem um valor para o automobilismo do país, que é pouco reconhecido. Daqui saíram, só para a Fórmula 1, os pilotos Pupo Moreno e os dois Nelson Piquet", emendou o parlamentar.


Fonte: Tribuna do Brasil

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