Os moradores de Ceilândia têm um conhecido em comum: a poluição sonora. O barulho está por toda a parte. Nos carros de anúncio, nos caminhões que vendem gás, nas lojas, nas bicicletas e até mesmo naqueles que vendem pamonha. Mesmo com tanto aborrecimento, a população já viveu dias piores. De acordo com a Administração, quando o centro da cidade era tomado por camelôs, o problema era ainda maior. Hoje, depois de retirada dos ambulantes, a situação melhorou consideravelmente.
Mesmo assim, moradores e freqüentadores da cidade ainda reclamam da intensidade do barulho por todos os cantos. Muitos podem não saber, mas há uma lei para controlar o problema da poluição sonora nas cidades (A lei n° 4.092/2008 dispõe sobre o controle da poluição sonora e o limite máximo de intensidade de emissão de sons e ruído resultantes de atividades urbanas no Distrito Federal). Os moradores ao redor das áreas barulhentas são os que mais sofrem com a situação. Segundo eles, diversas vezes os carros de som publicitário passam antes das 8h.
No entanto, mesmo com o barulho invadindo toda a cidade, a região que mais sofre é o centro da satélite. Nessa área, os carros de propaganda têm permissão para circular livremente. A Administração estima que aproximadamente 100 carros de som possuem autorização para fazer propaganda na cidade. Conforme a Administração informou à reportagem da Tribuna do Brasil, a autorização para o veículo de som circular na cidade só é possível com o aval do Departamento de Trânsito do DF (Detran).
No entanto, essa autorização não foi concedida aos outros veículos que fazem anúncio, como as bicicletas equipadas com som automotivo e os camelôs, uma vez que não há legislação específica a eles. Ainda de acordo com a Administração, essa categoria (ambulantes) não tem amparo legal, por isso não é possível autorizar a circulação deles pela cidade.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que, para não causar danos a saúde, o som deva ficar em até 50 decibéis. A partir deste volume, a exposição ao barulho pode causar sérios problemas auditivos. Em algumas situações, os danos vêm a curto prazo, já em outras, podem levar anos para serem percebidos.
Mesmo com riscos de prejudicar a saúde, Elias Pereira Ferreira, 17 anos, não sabe quantos decibéis tem o som acoplado à sua bicicleta de anúncio. Há um mês, o jovem roda pela cidade das 8h às 18h fazendo propagandas. Apesar da barulho, Elias alegou que não se incomoda com a quantidade de som. "Já me acostumei. O barulho nunca me incomodou", disse.
Fonte: Tribuna do Brasil
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