A paralisação do sistema público rodoviário, iniciada nesta terça-feira, durante uma manifestação de funcionários do setor, terminou por volta das 16h30. Os funcionários reivindicavam aos empresários, entre outros benefícios, o depósito de R$ 87 para cada funcionário - valor referente à cesta básica. Os manifestantes afirmam que poderão retornar a mobilização caso o restante das exigências não sejam cumpridas.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Brasília, Wagner Canhedo Filho, publicou uma nota à imprensa esclarecendo os motivos da paralisação, e relacionou o problema às dificuldades enfrentadas pelos empresários do setor.
Segundo Canhedo, a falta de reajuste no preço das passagens, que já dura aproximadamente dois anos e meio, é uma das principais causas do impasse na realização de acordos com os funcionários. Além disso, o aumento no preço do óleo diesel causou desequilíbrio financeiro no setor, afirma o presidente do sindicato, que também alega que a Secretaria de Transportes reconhece estas dificuldades.
A paralisação atingiu milhares de pessoas em diversas cidades do DF. As duas maiores empresas de transporte público rodoviário do DF, viação Planeta e Viplan, não operaram, deixando o serviço paralisado em Taguatinga e Ceilândia, além de interferir na qualidade do serviço em outras cidades como Paranoá, Gama e Santa Maria. Na rodoviária de Brasília, nenhum passageiro conseguiu embarcar, o que ocasionou grandes filas para comprar o bilhete do metrô. A paralisação do serviço atingiu aproximadamente 77% da frota de ônibus do transporte público do DF.
O próximo passo dos trabalhadores é negociar um aumento de 20% nos salários, além de manter a cesta básica, de acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Lúcio Lima. Os manifestantes conseguiram que as empresas reconhecessem a paralisação de hoje, e não descontassem a ausência dos trabalhadores na folha de pagamento. Lima afirmou que, se não houver novo acordo com a categoria, poderá ocorrer uma nova paralisação no dia 2 de junho.
O secretário de transporte público, Alberto Fraga disse que esteve com o governador José Roberto Arruda para discutir o assunto, e confirma que recebeu uma lista com as reivindicações dos rodoviários há cerca de 20 dias. Fraga declarou que o governo não participará das negociações, enquanto o DFTrans não concluir os estudos sobre a questão.
Segundo Fraga, os estudos devem ser concluídos nos próximos dias e não haverá qualquer aumento no preço das tarifas do transporte público.
Fonte: Clica Brasília, Correio Braziliense, Rede Globo, Tribuna do Brasil, Jornal Local (TV Brasília), DF Record, Band Cidade de 20/08/05
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