sexta-feira, 23 de maio de 2008

Exemplo de sangue



Na manhã do dia 21/05/08, 500 jovens compareceram ao centro de Ceilândia para receberem seu certificado de alistamento militar. Os jovens juraram fidelidade à pátria e foram dispensados de prestarem o serviço obrigatório, a maioria por excesso de contingente. Mas os jovens não foram dispensados de um ato de amor ao próximo. Uma unidade volante do Hemocentro do DF coletou doações de sangue dos alistados e de voluntários presentes à cerimônia. Quarenta senhas foram distribuídas e rapidamente uma fila de doadores foi formada.

Para o estudante Matheus Oliveira, 18 anos, a decepção por não ingressar nas Forças Armadas não impediu a doação. "Eu gostaria de fazer parte do Exército brasileiro, mas já que não deu, quero ajudar quem esteja necessitando. Não sabemos o que pode acontecer amanhã", relatou Matheus.

Antes de efetuar a doação, o voluntário tem uma amostra do sangue recolhida para exames, responde a um questionário e é avaliado por um médico. Logo após, é encaminhado para as cadeiras de doação. O sangue recolhido é armazenado no Hemocentro até que o resultado dos exames indique se a transfusão pode ser realizada.
Segundo a supervisora da unidade móvel de doações, Luanda Lira, o número de doadores muitas vezes não consegue suprir as necessidades. "Muitas pessoas buscam o Hemocentro não para doar o sangue, mas sim para realizar exames. A doação deve ser um ato solidário. Só doa quem quiser, mas se o doador mentir no questionário, pode colocar a vida de outras pessoas em risco", informou a supervisora. Luana lembrou ainda que algumas doenças só são detectadas pelos exames após alguns dias e até meses. "A sinceridade nas respostas é imprescindível. Consultas e exames devem ser realizados nos postos de saúde e hospitais. Mesmo que o voluntário não consiga doar, jamais deve omitir a verdade", alertou.

"Salvar vidas para mim é tudo. A primeira vez que fiz uma doação, nem conhecia a pessoa para quem doei. Estava na fila do hospital quando fui abordada por uma senhora que precisava de doadores para que a sua cirurgia fosse realizada. Nem pensei duas vezes. Depois disso, até para minha mãe já doei", contou a "cuidadora" de idosos, Suely Torquatro, 40 anos. Ela disse ainda, não sentir dor alguma durante o recolhimento do sangue, que dura em média cinco minutos.

A Fundação Hemocentro possui duas unidades volantes que percorrem faculdades, administrações regionais, empresas, Batalhões da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e Forças Armadas. A coleta de sangue também é realizada na sede da fundação, e nos hospitais de Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho.



Os voluntários devem seguir algumas condições antes e depois da doação. O doador deve gozar de boa saúde, estar alimentado, não estar em uso de medicamentos, ter entre 18 e 65 anos de idade, pesar acima de 50 quilos, apresentar carteira de identidade ou documento com foto, não realizar exercícios físicos antes da doação, não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 24 horas, não ter colocado piercing ou feito tatuagem nos últimos doze meses, não ter realizado endoscopia nos últimos doze meses e ter dormido pelo menos seis horas na noite anterior à doação. Além disso, plantonistas não devem doar sangue no dia em que saíram do plantão e o fumo deve ser evitado duas horas antes da doação. Após o recolhimento do sangue, o voluntário deve permanecer nas dependências do Hemocentro por pelo menos 15 minutos, não fumar nas duas horas seguintes à doação, beber grande quantidade de líquidos nas próximas 12 horas, evitar ingerir bebida alcoólica também nas próximas 12 horas, pressionar o local da punção para evitar hematomas, interromper atividades de esforço físico nas 12 horas seguintes à doação e não dirigir veículos pesados, coletivos ou motocicletas.


Fonte: Tribuna do Brasil

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