O Ceilândia quer o título

Na primeira reportagem da série que mostra as armas dos times para a disputa do Candangão, o Correio apresentou o Botafogo-DF. A equipe de hoje tem características parecidas com as da filial do time carioca: o sonho de acabar com a festa do hexacampeão Brasiliense, as cores preta e branca, jogadores falastrões e um forte candidato à artilharia do torneio local. Trata-se do Ceilândia.

Os principais responsáveis por tentar acabar com o hepta do Jacaré e dar ao tradicional clube do DF seu primeiro título na elite local são o atacante Dimba, o meia-atacante Allann Delon e o técnico Adelson de Almeida. Os primeiros pela fama e o bom futebol. O último por ter passado um bom tempo nas divisões de base do time amarelo e por saber como funcionam as coisas do outro lado.

Com passagens por Botafogo de Sobradinho, Gama e Brasiliense, além de ser campeão pelo time da Estrela Solitária carioca, Dimba chega ao Ceilândia com um discurso diferente de um jogador de futebol: “Acertei com o Ceilândia rapidamente. Eles mostraram um projeto ousado. Tive algumas propostas de fora, mas tenho planos e não posso deixar o DF. Vim para dar alegria ao povo da Ceilândia. São mais de 400 mil habitantes, que não têm uma alegria no futebol há muito tempo”, disse, com um tom que mais se parece com o do vereador Túlio Maravilha. “Queria também que meu filho (Enzo) de 10 meses me visse jogar futebol”, completou.



Ceilândia

- Nome: Ceilândia Empreendimentos Esportivos Ltda (antigamente era Ceilândia Esporte Clube)
- Cidade: Ceilândia
- Fundação: 7/8/1978
- Endereço: BR 070, Gleba 3, lote 455, loja 5, Posto Campeão, Ceilândia-DF
- Telefone: não tem
- Na internet: Existe o site não oficial (http://www.ceilandiaec.com.br)
- Presidente: Almir de Almeida
- Homem forte: Ari de Almeida
- Gerente de futebol: Adriano Coelho
- Melhor colocação: vice-campeonato em 2005
- Patrocínios: Em negociação
- Uniforme: Malluí
- Folha salarial: não divulgada
- Cores: Branca e preta
- Mascote: Gato preto
- Time-base: Edinho; Deivid, Rodrigão, Panda e Mica; Vieira, Gilmar, Allann Delon e Fabinho; Cafu e Dimba
- Técnico: Adelson de Almeida
- Mando de campo: Abadião (4 mil lugares)
- Estreia: Gama, em 16 de novembro, no Abadião


E por falar em Túlio — dono de 899 gols na carreira —, Dimba mostra a velha língua afiada de sempre, ao comentar sobre a disputa da artilharia. “O Túlio fala que será o goleador, mas ele vai ter que disputar com o Vanderlei a vice-artilharia. Pois eu farei mais gols”, provoca.

E para não parecer uma provocação barata, Dimba lembra situações do passado que lhe dão base para comentar o caso: “Quando cheguei ao Botafogo do Rio, o Túlio estava lá e quem fez o gol do título carioca contra o Vasco e foi artilheiro? Depois fui o maior goleador do Brasil, pelo Goiás. E o Túlio passou por lá também. No ano passado, ele foi o artilheiro da Segundona daqui. Quem está chegando para roubar a cena dele? Dimba”, disparou o centroavante, artilheiro do Brasileiro de 2003, pelo Esmeraldino.

Assim como a maioria dos medalhões, Dimba deixou o Brasiliense após problemas com o treinador (Reinaldo Gueldini) e o ex-supervisor, Paulo Henrique. Mas a passagem por lá o fez descobrir a receita de vencer o Brasiliense. “Eu sei o segredo. Mas não vou dizer agora. Você vai ver no fim da competição. Vamos pôr fim a essa hegemonia”, promete o atacante.



Time perde amistoso

Faltou futebol e sobrou pontapé no amistoso realizado entre Ceilândia e Morrinhos/GO, neste sábado à tarde. Quem compareceu ao Estádio Abadião assistiu a vitória goiana construída com um gol solitário, de Ailton, no início do primeiro tempo. O time candango, que teve dois jogadores expulsos, perdeu o primeiro amistoso de todos que disputou nesta fase de preparação e prometeu melhoras na equipe antes da estréia contra o Gama no Campeonato Brasiliense.

No primeiro lance a partida, aos 12, Ailton avançou na zaga alvinegra e tocou na saída do goleiro do Gato, colocando o Morrinhos na frente. Após sofrer o gol, o Ceilândia foi ao ataque e perdeu duas boas oportunidades. A primeira com Cafu e outra com Fabinho, chutando de fora da área.

Aos 34, Ailton, um dos melhores em campo, quase marcou o segundo gol do Morrinhos em cobrança de falta, mas o goleiro alvinegro mandou para escanteio.

O time da casa começou na segunda etapa com mais posse de bola no ataque e quase marcou com Dimba, aos 12. O atacante se livrou da zaga e chutou rente ao lado direito do gol do Morrinhos.

Logo em seguida o volante Vieira, do Gato, foi expulso após entrada violenta. O Ceilândia, porém, continuou com 11 jogadores em campo. Como o jogo era um amistoso, volante foi substituído por Rildo.

O Gato chegou a marcar com Cassius, de cabeça, mas o árbitro assinalou impedimento. Aos 42 aconteceu o lance mais duro da partida. Richardson, do Morrinhos, levou uma cotovelada do lateral Deivid, isso foi o estopim de uma confusão generalizada. A partida foi interrompida por alguns minutos.

Ao fim da partida, o atacante Dimba procurou amenizar a derrota. “Foi um jogo treino, serviu para nos mostrar onde temos que acertar e vamos ter uma semana para corrigirmos tudo. O mais importante será no próximo sábado contra o Gama”, referiu-se o atacante ao primeiro compromisso do Ceilândia no início do Campeonato Candango.

O Ceilândia começou a partida com Edinho; Deivid, Rodrigão, Panda e Mica; Vieira, Gilmar, Fabinho e Álvaro; Cafu e Dimba. Um dos poucos que atuou os 90 minutos de jogo, o meia Fabinho amenizou as jogadas violentas. “Isso foi por conta da rivalidade que se cria dentro de campo. Mesmo sendo um amistoso, todo mundo quer ganhar”, ponderou o meia.

Esse foi o primeiro amistoso do Gato contra uma equipe profissional. Nos dois anteriores, o Ceilândia derrotou o sub-18 do Brasiliense por 2x1 e empatou com os juniores do Goiás por 1x1.




Veja entrevistas do Fabinho e do Cassius clicando aqui.


Fonte: foto de Bruno Peres do Correio Braziliense, Esporte Candango e Ceilândia Esporte Clube