terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Moradores compram imóveis em suas cidades

Cerca de 80% dos imóveis vendidos nas regiões administrativas do Distrito Federal são comprados pelos próprios moradores das cidades ou da vizinhança. Segundo alguns revendedores da Capital, o percentual de investidores ainda é pouco. As satélites estão cada vez mais importantes dentro do mercado imobiliário do DF, e onde está havendo lançamento e negócios sendo fechados. Mas quemcompra nas satélites, os moradores ou investidores que já estão de olho no novo mercado?



“O mercado imobiliário brasiliense tem características especiais e valores com preços beirando R$ 12 mil o metro quadrado. O Plano Piloto expulsa a classe média da cidade projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Os valores cobrados na Manhattan brasileira são inviáveis para pelo menos 75% dos trabalhadores do Distrito Federal, quantidade de pessoas que ganham até R$ 2,5 mil por mês. O que poderia ser um problema para o setor da construção civil, tornou-se a solução para as construtoras e incorporadoras, que investem pesado nas regiões vizinhas a Brasília e cobram a partir de R$ 2,4 mil o metro quadrado”, afirma o diretor de vendas da MGarzon Eugênio Empreendimentos Imobiliários, Eduardo Pinheiro.

A grande maioria dos imóveis vendidos nas cidades em torno de Brasília são comprados por pessoas que pretendem morar no empreendimento. “A grande maioria das vezes são os próprios moradores das cidades, em algumas as pessoas que moram são muito bairristas. Em Ceilândia, por exemplo, 70% das pessoas que compram imóveis na cidade já são moradores de lá. Em Samambaia é um pouco menor: em torno de 50% a 60%, porque é uma cidade mais nova. Os que moram já conhecem e existem outras pessoas que querem morar lá por causa de vários motivos, entre eles o metrô.

Agora a mais bairrista é o Gama. Dos empreendimentos vendidos, 80% a 90% são comprados pelos moradores da regional”, afirma o diretor comercial da Lopes Royal, Rogério Oliveira. A mesma opinião têm os gerentes de vendas da revendedora ABA Invest Imóveis, Luiz Neto e Sérgio

Paim. A maioria dos imóveis nas satélites são os próprios moradores da cidade ou os moradores das outras cidades em volta que compram. “Quem compra na Ceilândia ou mora lá ou mora em Taguatinga, uma das cidades mais próximas. Em minha opinião a divisão é a seguinte: 50% são moradores da própria cidade, 30% investidores de diversas regiões administrativas, e 20% compradores de cidades vizinhas”, analisa o gerente Luiz Neto.



O percentual de investidores que compra nas satélites ainda é pequeno, segundo as revendedoras, pelo fato dos investimentos em grandes empreendimentos terem chegado nas satélites a pouco tempo. “O investidor é relativamente novo nas satélites. Começamos os lançamentos há cerca de um ano e meio e ele ainda não está seguro se vai conseguir percentual de valores e rentabilidade. Em Águas Claras, por exemplo, ele já está acostumado a investir, porque eles investem naquilo que já conhece”, revela Rogério Oliveira, da Lopes Royal. Segundo ele, devido ao déficit habitacional que há na classe econômica, os imóveis são planejados e comprados para morar. De acordo com o diretor da MGarzon, os imóveis das satélites estão tendo uma boa rentabilidade. O que abre um novo mercado para os interessados em adquirir um imóvel nas satélites são a revenda ou aluguel.

“Apesar de mais baratos que os apartamentos do Plano Piloto, os imóveis nas cidades do DF e do Entorno apresentam a mesma taxa média de valorização: de 20% a 30% ao ano, sendo esta uma das grandes vantagens. Não é por acaso que as vendas nessas regiões estão a todo vapor”, relata Eduardo Pinheiro.



Fonte: Jornal Coletivo

Nenhum comentário: