sábado, 9 de maio de 2009

Bagunça e desordem = cidade de ninguém

Como milhares de moradores de Ceilândia, não suporto mais a poluição sonora daqui. Minha casa fica no centro da cidade (QNM 17), bem próxima a avenida Hélio Prates (JK) mas, ao contrário do que acontecia anos atrás, não ouço mais apenas o som dos carros transitando, o que é normal pela localização, mas sim, uma mistura simultânea de músicas, gritos de locutores, buzinas e fogos de artifício.

É compreensível a origem das propagandas em carros de som, onde veículos circulavam pelas praças de cidades pequenas anunciando um acontecimento especial para os presentes. O problema está na aplicação dessa mesma estratégia potencializando a quantidade de pessoas a serem "atingidas" e, logicamente, a tecnologia utilizada para isso. Somos mais de 500 mil "consumidores" em Ceilândia e os meios encontrados para consquistar a freguesia local são variados, quase todos absurdos. São utilizados carros de som nas ruas, Trios elétricos (sim, iguais aos do carnaval), djs e locutores em quase todas as lojas, sem falar nas carreatas com direito a buzinaço promovidas pela promoção do gerente que enlouqueceu e fogos de artifícios disparados por eles mesmos comemorando a chegada da barulheira. As janelas da minha casa tremem, minha mãe quando doente sofria, e ninguém fazia nada. Ligávamos para a polícia e eles diziam que a responsabilidade era do detran, o detran rebatia dizendo que era da polícia. A Abram (órgão teoricamente responsável pela fiscalização) não sabe que existimos mas ainda assim acredito que a solução não seja apenas fiscalizar, essas práticas devem ser proibidas, assim como ocorre no Plano Piloto e Sudoeste e Octogonal (por que lá não pode e aqui sim?).

Imagina se um vendedor de enciclópedias tivesse livre acesso a sua casa, entrasse quando bem entendesse no seu quarto, sala, atrapalhasse sua conversa no almoço, acordasse seu bebê; sempre no horário que ele bem entendesse e falando o mais alto que pudesse. Imagine ele te acordando aos domingos as 8 da manhã para te oferecer produtos que você não quer comprar mas que, infelizmente, não pode fazer nada, pois ele tem a chave da sua casa. Nos sentimos assim em Ceilândia, não tenho o direito de fechar as portas da minha casa para a Tesoura de Ouro, Novo Mundo, Supermercados Tatico, Ricardo Eletro e outros que praticam esse tipo absurdo de propaganda. Posso desligar a tv ou então mudar de canal, no rádio mudar de estação, nas ruas se pego ou não o folheto distribuído nos sinais, mas não posso impedir os comerciantes locais de invadirem minha casa gritando sem a minha permissão. A cópia da lei Cidade Limpa de São Paulo foi ótima: outdoors e frontlights que poluíam a cidade foram retirados, não entendo porque carros de som que são ainda mais invasivos, não. Isso tem que acabar, carros de som, djs tocando para quem passa, trios elétricos, buzinaços e afins tem que ser proibidos.


Por e-mail do webleitor Humberto Cunha



Vale ressaltar que toda a cidade de Ceilândia está com pessoas que não respeitam o limite do som, e isto inclusive a noite. Muitas festas são realizadas na cidade, em áreas residenciais, onde não deveria acontecer tais tipos de aborrecimentos. O respeito ao direito ao descanço, paz e sossego realmente não são levados em conta. A Administração Regional de Ceilândia, juntamente com o Governo do Distrito Federal, devem atuar firmemente contra tais investidas de pessoas que não sabem respeitar até onde os seus direitos vão. Não deixe que o seu direito ultrapasse o do outro.

Exigimos leis ou o cumprimento de leis que atuem nestes tipos de situações.

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