sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Protestos dão resultado em mudanças para shopping

O protesto de um pai angustiado por mais segurança após uma perda irreparável deu certo. O filho de Marcos Dantas, aos 21 anos, se jogou da praça de alimentação do Pátio Brasil, 4º andar, no dia 9 de março deste ano. Como Pedro Lucas, outras 12 pessoas haviam feito o mesmo, desde 2001. Indignado com as tragédias recorrentes, e o que ele chamou de "frieza do shopping", Marcos entregou uma carta ao superintendente do Pátio Brasil, Leonel Tafareo, com cópia para várias pessoas.

Com a cobrança de Marcos e experiências pessoais no shopping, no mês de maio o desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Roberval Casemiro Belinati, entregou ao procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, um ofício com o resgate dos outros casos de suicídio, pedindo que houvesse exigências de segurança ao shopping.




"Percebi, inclusive, presenciando um suicídio lá, que o Pátio não oferecia segurança nenhuma, e sabia que devia tomar alguma atitude", afirma Belinati. Anexado ao ofício, a carta do pai. Em um trecho da carta, ele diz: "Eu sei que nada trará o meu filho de volta, mas quem sabe esse meu ato possa preservar mais vidas e trazer mais respeito e consideração àquelas que já se foram. A solução é simples: uma grade, rede ou tela de proteção, vidro ou até mesmo um parapeito mais alto resolve."

Seis meses após seu filho ter pulado do 4º andar do shopping, o Pátio Brasil cercou com vidros o terceiro e quarto andares. Antes, o vão central do prédio possuía apenas um parapeito de acrílico, de 1,20 metros. "Eles não admitem que a proteção é devido a todas as vítimas que se fizeram ali, que a mudança é estética e de revitalização, mas a atitude é o que importa", diz. O servidor público explicou que soube das mudanças no local por amigos, e que não sabe se conseguirá voltar a um dos centros comerciais mais conhecidos da capital.




A última visita dele ao shopping foi para levar a carta ao superintendente, em abril. "Um shopping, enquanto espaço público, precisa pensar e ter atitudes que garantam a segurança das pessoas que por ali circulam. Este primeiro passo pelo que briguei, é necessário até para se pensar nessa relação que temos com o espaço público. É preciso humanizá-lo", completa.

Até o fechamento desta edição, nem o Pátio Brasil nem o Ministério Público deram retorno ao Jornal de Brasília. A administração não afirma que a proteção foi colocada após o histórico de suicídios do shopping.



Fonte: Jornal de Brasília

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