quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Elas brilham

Crianças com altas habilidades ou chamadas de superdotadas estão ganhando espaço e visibilidade no meio artístico de Brasília. Numa parceria com o projeto da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a Escola Classe 57 do P Sul realiza, até o dia 11 de setembro, a Mostra Cores e Formas. Com exposições de quadros e desenhos criados pelos estudantes que participam do Programa de Atendimento ao Aluno Superdotado, a Codevasf ofereceu o espaço com o objetivo de estimular as habilidades artísticas infanto-juvenis.

Desde o primeiro convite que a escola recebeu da Codevasf, há três anos, ela vem se destacando pelo espaço conquistado e pelas diversas premiações que os alunos receberam. "No primeiro ano que participamos não tínhamos praticamente nenhum recurso. Então tive que cobrir alguns vinis de branco, para que os alunos pintassem neles, e o resultado foi surpreendente", contou Sandra Machado, professora de Artes e orientadora da Sala de Recursos.




A participação de crianças e adolescentes no programa oferecido pela escola é feita por uma autoindicação dos alunos que ficam sabendo do atendimento, dos pais ou dos próprios professores. Depois da indicação, o aluno se inscreve no programa e aguarda ser chamado em uma fila de espera.

Depois de convocado, ele ganha espaço para participar do atendimento até a conclusão do ensino médio, independente da escola que estuda. Edílson José de Oliveira, 17 anos, faz parte do programa há cinco anos. "Depois que me inscrevi fiquei na lista de espera por um tempo. Quando me chamaram tive que fazer um teste. Hoje vejo que valeu a pena esperar. Ao longo dos anos descobri que quero levar a carreira de artista adiante", afirmou Edílson.

Há sete anos, Luiz Roberto Rocha Maia, aposentado da Codevasf, idealizou o Salão Infanto-Juvenil Brincando com Arte, com o objetivo de aumentar a função social da empresa e incentivar o talento das crianças. Com a temática voltada para o Rio São Francisco e o Vale do Parnaíba, as crianças buscam inspiração para fazer as mais variadas técnicas, em desenhos e pinturas em óleo sobre tela. "O trabalho de divulgação do projeto era feito de porta em porta nas escolas. Com o tempo começaram a surgir parcerias de várias empresas e o concurso ganhou visibilidade", explicou Rocha Maia.




Segundo a atual curadora do Espaço Cultural Codevasf, Nilma Leite Nogueira, o concurso acontece uma vez por ano, sempre no mês de outubro, escolhido principalmente por coincidir o mês da criança com o aniversário da empresa. "O concurso é aberto para todas as crianças que pintam. Escolas públicas, particulares e jovens artistas podem participar, basta o professor de artes inscrever o aluno", explicou Nilma.

Ela acrescentou que a premiação é realizada em três categorias, divididas em primeiro, segundo e terceiro lugares. Além disso, uma quarta categoria de voto popular é feita por meio de de uma urna localizada no local da exposição.




Quanto ao retorno do trabalho desenvolvido, a professora Sandra e a curadora Nilma, têm a mesma opinião. Elas se sentem gratificadas ao ver as crianças realizadas ao ganharem um prêmio no concurso.

Esta sensação ocorre todas as vezes em que elas veem os trabalhos dos alunos expostos. "É o melhor resultado que poderiam conseguir. Temos casos de crianças que eram repetentes e de crianças que tinham dificuldade de socialização, que hoje superaram isso e são outras pessoas", contou Sandra.

Com uma visão semelhante, Luiz Roberto Rocha Maia completou o clima de conquistas das professoras: "Me aposentei do serviço público, não da arte. Vejo um futuro de grandes artistas nessas crianças e sempre vou auxiliá-las", afirmou.



Fonte: ClicaBrasília

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