quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Êta família!!!

Os cearenses que vieram para Brasília nestes 50 anos se destacaram em várias atividades. Bons carpinteiros, serralheiros, mecânicos, operários da construção. Uns são ótimos garçons, outros insuperáveis na arte culinária. Dizem que os cearenses são os japoneses da cozinha. Não criam, mas copiam com perfeição qualquer prato.

Tem cabeça chata brilhando no comércio, na indústria, nas letras, no magistério e no judiciário. Muitos estão na diplomacia e na política. Mas só um, só ele, entre todos os cearenses que até hoje moram em Brasília, conseguiu a proeza de fazer 40 filhos, 32 deles com a mesma mulher.

Raimundo Carnaúba era um bom marceneiro mas só se destacou pelo preparo físico e sexual O que mais causa admiração é a disposição para criar, alimentar e educar tanta gente num mundo em que a maioria dos casais não passa do segundo filho.

Quando a cidade tomou conhecimento do formidável desempenho de Raimundo e dona Madalena, eles logo viraram notícia e passaram a atrair a curiosidade de todos que queriam saber detalhes de sua história.

Jornalistas do mundo inteiro desembarcaram na casa deles, em Ceilândia, uma das cidades do Distrito Federal. Uma equipe da imprensa alemã não quis nem saber de hotel. Alojou-se na marcenaria que o Raimundo tinha ao lado da residência. Para aproveitar o máximo de tempo no convívio da numerosa família, os alemães dormiram até em rede.

Jornalistas da Noruega também estiveram em Ceilândia, mas o que causou mais curiosidade foram os japoneses. Os jornalistas nipônicos ficaram, impressionados com a fertilidade do casal cearense.

O fotógrafo japonês jamais será esquecido pela família Carnaúba nem ele vai esquecer o dia em que passou em Ceilândia fazendo suas fotos.

Um dos filhos de Carnaúba estava tomando cachaça com rapadura raspada, uma meladinha deliciosa, mas que derruba rapidamente o freguês, principalmente se for marinheiro de primeira viagem.

O japonês se encantou com o sabor e sem conhecer o efeito meteu a cara na meladinha. Horas depois já nem sabia onde estava a máquina. Quando o motorista veio apanhá-lo estava bêbado, sem conseguir ficar de pé. A preocupação dos Carnaúba só cessou no dia seguinte quando o mesmo motorista retornou. Era o tal japonês que estava pedindo mais rapadura raspada para repetir a formula que o deixara biruta.

A vitalidade de Raimundo Carnaúba, - palavra que identifica uma árvore do semi-árido nordestino, chamada também de a árvore da vida, - transformou este cearense no maior pai de Brasília, aquele, sem dúvida, que teve mais filhos.

Nos dias do Pai ou da Mãe e nas festa de Natal, Raimundo Carnaúba e dona Maria Madalena de Souza viram notícia. Até hoje ela é procurada para falar de sua vida e da prole.

Uma história de amor que começou no século passado, no interior do Ceará. Dona Madalena veio ao mundo no dia 22 de julho de 1920 no município de Tamboril. Ainda menina, aos 10 anos de idade, ela conheceu Raimundo Carnaúba. Foi amor à primeira vista. Naquele tempo as crianças começavam a trabalhar muito cedo, ajudando a lavar roupa, a varrer a casa, fazer compras, cuidando dos irmãos menores, se envolvendo de tal forma nos afazeres domésticos que passavam a ser tratadas como pessoas adultas.

Raimundo, um vendedor de querosene, de 24 anos de idade, prometeu àquela menina que voltaria para casar quando ela completasse 13 anos.

A idade permitida para casamento era maior. A autorização só era dada para quem tinha 14 anos completos. Mas isso não foi impedimento. A filha caçula, Maria Aparecida Carnaúba, conta que dona Madalena alterou a certidão de nascimento para poder casar. Mesmo contra a vontade de seus pais, a moça de 13, fingindo ter 14, se uniu ao marceneiro.

Mais de 400 pessoas compareceram a festa de casamento que foi até a manhã do dia seguinte. Foram 61 anos juntos. Desde então, até aos 47 anos de idade, quando chegou a menopausa, dona Madalena, uma cearense de 1,50m, não parou de ter filhos. A criação dos filhos não permitiu nem que dona Madalena frequentasse uma escola. Desde cedo assumiu a profissão de mãe.

O médico lá da cidade de Tamboril chegou até a passar um remédio para evitar gravidez, mas Raimundo colocou medo nela, dizendo que ela podia morrer tomando aquele medicamento. Raimundo nem esperava direito o período de resguardo. Dona Madalena diz que "era só tempo de descansar um pouquinho". A barriga não parava de crescer.

Cinco gestações foram de gêmeos. E quando dona Madalena estava com aquela barriga ela tinha certeza que era a hora que estava sendo traída. Foram nesses intervalos que Raimundo andou fazendo oito filhos, ou mais, em outras mulheres.

Dona Madalena contou que sempre que o marido a traía com outras mulheres, ele ficava mais carinhoso com ela. "Eu ficava brava, mas depois esquecia"contou sem demonstrar ressentimento. A vida no interior do Ceará não era fácil. De Tamboril a família mudou-se para Nova Russas. A falta de infraestrutura nas cidades do interior tornava a vida das pessoas um tormento. O jeito foi procurar...



Para ler na íntegra, visite os sites da fonte.


Fonte: Diário do Nordeste e Ceilândia.com

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