terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O perigo de se soltar pipa

Pontos coloridos no céu. “É bom demais soltar pipa”, diz Erli Leão, de 15 anos. “É como se você sentisse que está nela, você voa longe. Dá uma sensação de liberdade”, comenta Alyson Leão, de 14 anos.

O prazer de soltar papagaio – como é também conhecida a pipa - pode se transformar numa verdadeira armadilha. Em busca de lugares abertos, sem redes de energia, algumas crianças e adolescentes empinam o brinquedo ao lado de ruas movimentadas e até de rodovias.

“É bom porque não tem fio, não tem nada pra atrapalhar”, fala um menino.

Mas, eles se esquecem do perigo do trânsito. No Recanto das Emas, algumas crianças brincam no meio da rua. “O motorista não vê. O carro está vindo, quando a gente vê, muitas vezes, não dá pra fazer nada”, reclama um motorista.

Na Estrutural, um menino corre atrás da pipa cortada. Logo mais outro se junta a ele. Eles nem olham para o lado e atravessam a rua. “Não adianta falar. Direto reclamo com ele. O jeito é a minha esposa levá-lo para o serviço”, afirma o pai de crianças Firmiono Bispo.

Em duas semanas, dois meninos morreram atropelados quando corriam atrás de pipas. No último sábado, dia 30 de janeiro, na pista que liga o Recanto das Emas ao Gama, um adolescente, de 12 anos, morreu na hora. Há 14 dias, Joab Oliveira Borges, de 10, foi atropelado na Via Estrutural.

Na falta de opções de lazer, a brincadeira ao ar livre é diversão na certa. Mas o que as crianças e adolescentes não entendem é que o ideal é soltar pipa em parques e áreas sem fiação, e também longe dos carros. De acordo com a polícia, a maioria dos atropelamentos em rodovias é fatal.

“Sempre que o motorista ver uma pipa é importante frear, reduzir a velocidade, porque pode ter uma criança correndo atrás dela”, aconselha o tenente Murilo Bomtempo, da Polícia Rodoviária da PM.



Fonte: Rede Globo

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