sábado, 27 de fevereiro de 2010

Feirantes x Ambulantes

A variedade não existe só dentro da Feira Central de Ceilândia. Do lado de fora também tem produto de tudo que é jeito: óculos piratas, roupas, peças íntimas, relógios, guarda-chuvas. Os alimentos não faltam: frutas e até dindin são vendidos na calçada de uma das áreas mais nobres da maior cidade do Distrito Federal.

Quando desconfiam da chegada de fiscais, os ambulantes recolhem rápido o material, mas logo acabam voltando. Tudo fica exposto no caminho dos pedestres como antigamente. A ocupação da área pública, que não acaba nunca, incomoda Francisca Mendes.

“Como tem mais gente, eles acham melhor porque vende mais. Mas pra gente que pega ônibus é muito ruim”, reclama a cozinheira Francisca Mendes.

Mas há quem não se importe com a presença dos ambulantes. “Eu acho que o sol nasceu para todos. Então, todo mundo pode ter o seu lugar. Não atrapalha ninguém”, diz a professora Jussara Furtado.

É o que os próprios vendedores argumentam. “Se o fiscal derrubar a gente, eles estão fazendo o trabalho deles. Reconheço que estamos errados. Mas se não ficar aqui, como fica? Se eles tiram, a gente coloca de volta porque todos precisam”, explica o ambulante Lucas.

Valdecy, que vende água na rua, diz que só assim conseguiu dinheiro para comprar os remédios controlados que precisa tomar.

Na Feira Central, a preocupação é com a concorrência desleal, já que quem fica na rua não paga impostos.

“Se deixar volta às barraquinhas tudo novamente”, diz uma vendedora.

“Eles atrapalham a passagem das pessoas. E ainda cai o comércio na feira”, enfatiza o feirante Wadjô de Godoy.

A Agência de Fiscalização informou que está ciente do problema e aguarda reforço policial para retirar os ambulantes definitivamente. Há três anos camelôs o governo determinou a saída dos ambulantes das ruas.



Fonte: Rede Globo

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