quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Arruda sai do partido

O governador José Roberto Arruda anunciou oficialmente nesta quinta-feira (10/12) que deixa a vida partidária desfiliando-se do Democratas (DEM). O anúncio foi feito na residência oficial de Arruda, em Águas Claras. Ele afirmou que agora vai se dedicar ao governo de Brasília "desinteressado de qualquer tipo de resultado eleitoral". Na ocasião, Arruda fez um balanço de seus três anos de governo em áreas como transporte e educação.

Em seu discurso, o governador disse ter deixado o DEM para evitar "o constrangimento de companheiros do partido." Sem citar nomes, ele afirmou que as denúncias de corrupção contra seu governo não passam de uma "farsa" aquitetada pelos adversários políticos

Arruda garantiu que as mais de duas mil obras que estão sendo realizadas serão concluídas e que, agora, concentrará suas atenções em questões administrativas do governo. "Vou me dedicar a trabalhar por Brasília, defender a minha honra e o mandato que me foi outorgado pela vontade popular". Arruda também afirmou que, com as atuais regras eleitorais, não disputará mais nenhuma eleição. Ele defendeu uma profunda reforma eleitoral e afirmou que lutará como "cidadão" para a mudança definitiva das regras.

O governador garantiu que ficará no cargo até o último dia do mandato, 31 de dezembro de 2010. Ele reiterou em seu discurso que, como chefe do Executico do DF, cumprirá todos os compromissos e metas assumidos com a população. "Não posso admitir que as conquistas adquiridas sejam postas a perder", disse durante o pronunciamento.

Arruda não permitiu que os jornalistas presentes em Águas Claras fizessem perguntas. Ele estava acompanhado do seu vice, Paulo Octávio, também do DEM.

A saída de Arruda do partido o deixa sem legenda para a disputa de qualquer cargo eletivo nas eleições de 2010. O prazo de filiação a partidos se encerrou no começo de outubro, um ano antes da disputa do próximo ano.




Veja o discurso:

"Na última semana fomos submetidos a um espetáculo de cenas montadas com fatos ocorridos no governo anterior para que pareça que tudo aconteceu no presente. Os cortes que fiz em despesas do governo hoje se voltam contra nós.

A farsa montada foi um recurso dos adversários para me tirar da disputa de 2010. Essas farsas marcam negativamente a vida brasileira. Não consegui extirpar completamente essas pessoas responsáveis pela farsa. Tenho agora essa oportunidade. Vou poder administrar Brasília desinteressado na eleição que vem.

No meu governo não tem grilagem de terra, transporte pirata. Não posso permitir que essas conquistas se percam. Temos mais de 2 mil obras em andamento. Vamos concluir todas. Tenho a responsabilidade de preparar a cidade para a Copa do Mundo e seu cinquentenário.

Para isso tomo a difícil decisão de sair da vida partidária. Não disputarei as eleições do próximo ano. Quero cumprir todas as metas do meu governo. Como cidadão, vou lutar para mudar certos usos e hábitos da vida brasileira.

Com esse gesto, evito o constrangimento de companheiros do partido, divididos entre saciar a sede da mídia ou me conferir o amplo e legítimo direito de defesa. Vou concluir o mandato que me foi dado pela vontade popular."


Fonte: Correio Braziliense e ClicaBrasília

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