sábado, 7 de agosto de 2010

O gás veicular ainda não pegou...

O Gás Natural Veicular (GNV) tinha tudo para dar certo. Ele é menos poluente e mais barato que o álcool e a gasolina. No entanto, não caiu no gosto dos motoristas da capital federal. Dos mais de um 1,1 milhão de veículos do DF, apenas 1.650, segundo o Detran, são movidos a GNV.

Um dos motivos para a baixa adesão é a oferta nos postos. Apenas dois oferecem o combustível: um no SIA e outro na Candangolândia. “Sempre que coincide de eu estar nesses lugares, abasteço. Quando não, rodo com gasolina mesmo”, conta o taxista Márcio Soares.

O gás natural é bem mais em conta que o álcool e a gasolina. O metro cúbico custa R$ 1,99. Com o cilindro cheio, é possível rodar de 200 a 220 quilômetros desembolsando apenas R$ 25. A economia é de 40% a 50% em comparação ao álcool e a gasolina.

Josemar Pereira é taxista e, há dois anos e meio, adotou o GNV como principal combustível. Por mês, passou a poupar cerca de R$ 400. “Deu para investir. Provavelmente, terminando esse ano, vou trocar de carro. Realmente, é uma boa economia”, garante.

Ainda assim, o preço do Gás Natural Veicular é alto em comparação a outros estados. Em São Paulo, a media é de R$ 1,50. Em Goiânia, chega a ser dez centavos mais barato que o valor praticado em Brasília. Essa diferença existe porque o ICMS cobrado pelo governo no DF é de 12%, enquanto, em Goiás é de 7%.

Outra explicação para o preço mais alto na capital federal é a necessidade de transportar o gás de outro estado. O DF não tem uma ligação com o gasoduto Brasil - Bolívia, de onde vem o gás. Com isso, o GNV tem que ser trazido de São Paulo, por caminhão na forma líquida.

Sem muitos atrativos, a CEB Gás, empresa responsável pelo transporte do combustível, está no vermelho. Fechou 2009 com prejuízo de R$ 400 mil. “A redução dos impostos vai ajudar muito. Qualquer pequena margem que conseguirmos, já faz com que a empresa seja superavitária”, afirma o presidente da CEB, Carlos Leal.

A CEB Gás diz que um terceiro posto fornecedor de GVN será aberto no Colorado ainda este ano. Ceilândia deve receber outro, mas no ano que vem. Sobre o gasoduto em Brasília, o projeto é caro, custa mais de R$ 1bilhão, e deve demorar dois anos e meio para sair do papel.



Fonte: Rede Globo

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