sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Centro administrativo ganha licença

O Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram) exige um investimento no valor de R$ 3,5 milhões na Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) JK, como condicionante para a construção do novo Centro Administrativo do Distrito Federal. A condição foi incluída na licença de instalação do empreendimento, concedida nesta semana. O consórcio encarregado da obra, formado pelas empresas Via Engenharia e Odebrecht, deve cumprir a obrigação num prazo de até cinco anos, ou seja, até outubro de 2014.

Na licença ambiental liberada nesta semana, o Ibram estabelece que R$ 2 milhões sejam aplicados nos dois primeiros anos e R$ 1,5 milhão nos três anos subsequentes. Localizada entre as regiões administrativas de Samambaia, Taguatinga e Ceilândia, a Arie JK, que abriga cinco parques ecológicos — Saburo Onoyama, Três Meninas, Boca da Mata e Cortado, além da Área Remanescente do Núcleo Rural Taguatinga —, fica contígua ao local onde será construído o novo complexo administrativo do GDF. Em meio a um grande conglomerado urbano, a área que deveria ser preservada como um cinturão verde tem sido alvo ao longo de décadas de invasões e grilagem de terras.

O presidente do Ibram, Gustavo Souto Maior, explica que o órgão tem adotado o critério de exigir como compensação ambiental de empreendimentos imobiliários a aplicação de recursos em áreas de preservação. Segundo ele, a JC Gontijo, por exemplo, vai investir em melhorias no Parque do Guará como exigência para a construção do Living Park Sul e a Antares no Parque Sucupira. “O governo tem dificuldades para implantar as unidades de conservação e acho justo que os empreendedores façam investimentos nessas áreas”, analisa Souto Maior. Além das benfeitorias na Arie JK, o instituto pediu ainda o plantio de 7,4 mil mudas nativas do cerrado como compensação pela erradicação de 342 árvores, sendo 43 exóticas.

Limpeza
Com a licença de instalação em mãos, o consórcio deverá iniciar as obras do complexo com 178 mil metros quadrados, que inclui 10 prédios de quatro pavimentos e três com 15 andares, além de um centro de convenções e o palácio do governador. Em contrapartida, o consórcio receberá aluguel mensal que cobrirá as despesas com serviços de manutenção, vigilância e limpeza do complexo. A estimativa é de um custo de R$ 420 milhões na obra que será a maior da história de Brasília, desde a inauguração da capital. “Espero que após dois anos de trabalho de um projeto maravilhoso, o consórcio vencedor cumpra com as cláusulas contratuais”, afirma o presidente da Codeplan, Rogério Rosso, referindo-se ao início imediato da obra.

As empresas já conseguiram captar um financiamento do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para iniciar a obra, no valor de R$ 90 milhões. As empresas buscam também um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A construção da nova sede está prevista no plano de campanha do governador José Roberto Arruda (DEM).



Fonte: Correio Braziliense

Nenhum comentário: