domingo, 16 de maio de 2010

Série "D" se aproxima

Uma semana após a final da Copa do Mundo, marcada para o dia 11 de julho em Johannesburgo, iniciar-se-á a segunda edição da Série D do Campeonato Brasileiro. Ano passado, o São Raimundo de Santarém-PA sagrou-se o grande campeão em final emocionante contra o Macaé Sports (RJ) disputada no Colosso do Tapajós. Chapecoense (SC) e Alecrim (RN) também garantiram o passaporte para a Série C, que significa garantia de atividade no segundo semestre. Esta garantia é fundamental na hora de planejar o ano do clube. Para a maioria, o ano termina em abril, no máximo maio, a não ser em caso de classificação para a Série D.

Divisões inferiores do futebol me fascinam. Como diz o João Moreira Salles, o torcedor de time pequeno é um cara de fibra moral. Nessas divisões se encontra o verdadeiro amor incondicional. Não há o apelo fácil das vitórias, nem o marketing dos astros, nem a eletricidade das multidões nos grandes estádios, muito menos o glamour da tv. São campeonatos de contrastes. Inferno para uns, honra para outros, redenção para alguns. São os estádios desertos dos pequenos clubes dos grandes centros e os pequenos estádios cheios dos grandes do interior. A linha tênue entre a humilhação e a ressurreição dos grandes que se desgraçaram. Além de tudo, é a única Série do Campeonato Brasileiro onde todas as 27 unidades da federação estão representadas. Na Série A são apenas nove. Só três deles fora do Sul/Sudeste. Nenhum da região Norte.

A Série D é disputada desde de 2009 com 40 clubes. Até 2008 existiam apenas três séries. As duas primeiras, disputadas por 20 clubes cada uma e em turno e returno. A Série C era disputada por 64 clubes. Os quatro rebaixados da Série B no ano anterior e mais 60 clubes classificados por competições estaduais (os campeonatos estaduais e copas criadas pelas federações). Neste esquema, estados como São Paulo e o Rio de Janeiro, líderes do ranking da CBF, chegavam a ter até quatro vagas cada um. Poucos eram os estados com apenas uma vaga na competição.

Em 2008 a CBF anunciou que criaria a Série D a partir do ano seguinte. Os 20 primeiros colocados na Série C daquele ano garantiram vaga para a competição no ano seguinte. A Série D teria apenas 40 clubes. Assim, são quatro clubes a menos disputando o Brasileiro abaixo da Série B, e menos vagas em disputa pelos estaduais. Os critérios para participação na Série D 2010 são os seguintes:

- Quatro clubes rebaixados na Série C 2009
- Dois representantes de cada um dos nove estados¹ melhores colocados no ranking da CBF
- Um representante dos demais 18 estados¹

Como a maioria das federações criou uma copa estadual para garantir a atividade dos pequenos clubes no segundo semestre, cada federação pode distribuir uma vaga (no máximo) para uma competição que não seja o seu campeonato estadual. Em quase todos os 18 estados¹ que possuem apenas uma vaga, esta é atribuída ao campeão estadual. As exceções são o Piauí, o Mato Grosso do Sul e o Mato Grosso, que classificam os campeões de suas copas estaduais.

O regulamento é o mesmo do ano passado. Na Primeira Fase os 40 clubes são divididos em 10 quadrangulares, avançando à fase seguinte os dois primeiros colocados de cada grupo. A partir da Segunda Fase, inicia-se o mata-mata em jogos de ida e volta, com gol qualificado fora de casa. Permanece a incrível terceira fase em mata-mata com 10 clubes, com classificação para as quartas-de-final dos cinco vencedores e três melhores perdedores. Os quatro semifinalistas ascendem à Série C em 2011.

A motivação deste texto é que, com a conclusão da maioria dos estaduais, 36 dos 40 clubes que disputarão a Série D este ano já estão definidos. A lista é provisória. Como é padrão nas séries subalternas do Brasileiro, é comum que alguns clubes desistam da disputa por falta de condições financeiras. Em 2009 um exemplo foi o tradicional Bangu A.C., do Rio de Janeiro.






Rebaixados da Série C 2010:

- Sampaio Correa (São Luís-MA): O tradicional Tricolor de São Pantaleão é o maior de todos os campeões maranhenses, com 28 conquistas. Entretanto não conquista o estadual há sete anos, desde o bicampeonato de 2002/2003. Foi vice-campeão em 2008 e 2009. Em 2010 ocupa por enquanto o 5º lugar na tabela da Copa União, insuficiente para garantir classificação às finais. O Estadual será no segundo semestre. O clube, cuja maior glória nacional é o título da Série C de 1997, faz sua estréia na Série D. Depois do título nacional, o Time do Povo permaneceu na Série B de 1998 a 2002, quando foi rebaixado. Devido a boas campanhas estaduais, mesmo sem o título, entre 2003 e 2009 o Sampaio só ficou de fora da Série C em 2005 e 2006. Em 2008 o 17º lugar garantiu a participação na competição em 2009. Mas no ano seguinte a mesma posição o rebaixou para a Série D.

- Mixto (Cuiabá-MT): O Alvinegro da Getúlio Vargas é o maior de todos os campeões mato-grossenses, com 24 conquistas, a última em 2008. Em 2010 o clube contratou o técnico Roberto Cavalo e os experientes jogadores Adriano Gabiru e Perdigão. Ficou apenas em 5º lugar entre as sete equipes do grupo B e de fora das quartas-de-final. Perdigão e Gabiru foram dispensados. No cenário nacional, o Mixto participou de diversos Campeonatos Brasileiros na fase pré-1987 (quando o campeonato era disputado por cerca de 40 a 50 clubes, chegando a 94 em 1979) e sua melhor posição foi o 15º lugar em 1985. Depois de cambalear nos anos 1990, o Mixto definhou até o cúmulo de se licenciar do Campeonato Mato-Grossense de 2002 e 2003. Depois de voltar, em 2004, o clube se reestruturou aos poucos até o título de 2008, que lhe deu vaga na Série C. No segundo semestre, garantiu participação na competição para o ano seguinte. A última colocação em seu grupo o rebaixou em 2009.

- Confiança (Aracaju-SE): O Dragão do Bairro Industrial possui 17 títulos sergipanos. Os últimos no bicampeonato 2008/2009. Em 2010, acaba de perder o tricampeonato na final para o River Plate (sobre o qual falaremos mais adiante). O clube dos proletários (como são conhecidos seus torcedores) nunca teve grande destaque nacional. Participou da Série B pela última vez em 1992. Entretanto, as boas campanhas estaduais o fizeram um participante constante da Série C. Entre 1994 e 2009 ficou de fora apenas nos anos de 1999, 2000 e 2005. Em 2008 o clube chegou na fase final. Se não chegou perto de subir pra Série B, o 7º lugar (a melhor posição em sua história na competição) lhe valeu a permanência na C para 2009, quando veio o rebaixamento.

- Marcílio Dias (Itajaí-SC): O Rubro-Anil das Avenidas (fundado em 1919) tem apenas um título catarinense no currículo, no distante 1963. Chegou ao cenário nacional com a conquista da Copa Santa Catarina de 2007, que lhe valeu vaga na Série C de 2008. A boa campanha lhe valeu a vaga de 2009. O ano passado foi marcado por dois rebaixamentos: no Catarinense e na Série C. O início de 2010 foi de inatividade no clube, pois a disputa da segundona catarinense (Divisão Especial) acontecerá apenas no segundo semestre, paralela à Série D nacional.



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Fonte: blog De Primeira

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