Após receber reclamações de moradores de todo o DF sobre postos de gasolina e supermercados que funcionam como boates a céu aberto na madrugada, o Correio fez uma ronda, de quinta para sexta-feira, em pelo menos 20 estabelecimentos. A equipe percorreu o Plano Piloto, Guará, Taguatinga e Ceilândia e constatou que, após a violência sofrida pelo tenente da Aeronáutica Anísio Oliveira Lemos, 46 anos, que foi ao posto da 214 Sul pedir que baixassem o volume e foi espancado no último dia 16, os encontros nesses locais durante a madrugada diminuíram na capital. Porém, em outras regiões administrativas, as festas continuam.
As reclamações da comunidade são idênticas: bebidas e carros de som nas madrugadas, de quinta a domingo. Em alguns locais, segundo populares, as festas ocorrem em outros dias da semana. Em geral, os grupos que se reúnem nos postos se conhecem no local, mas sabem qual estabelecimento é conivente com o comportamento proibido pela legislação — no DF, é proibida a venda de bebidas alcoólicas nos postos, após as 22h.
Dos estabelecimentos visitados pelo Correio, dois estavam ocupados por pessoas que chegavam com cerveja e carros com som alto pouco depois de 1h. Em ambos os casos, a música e a bebedeira ocorreram próximo a residências. O último posto da Avenida Samdu Norte, em Taguatinga, no cruzamento que liga a pista à Avenida Hélio Prates, em frente à 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), o consumo de bebida era generalizado. Um carro de som animava os clientes e os frentistas trabalhavam como se nada acontecesse.
No local, duas garotas dançavam ao lado do carro. Em certo momento, um dos clientes subiu no veículo e dançou sobre o capô. A medida em que o tempo passava, mais carros estacionavam no local. A turma, em sua maioria, já chegava com latas de cerveja nas mãos. Um homem desembarcou no posto com uma garrafa de conhaque e dividiu com o grupo. A reportagem ficou no local por cerca de meia hora. Os frequentadores que saíam viram a equipe do Correio. Eles passavam gritando ou buzinando e anunciavam a presença do carro do jornal. A festa seguiu madrugada a dentro.
No segundo posto, na QNN 34, em Ceilândia, esse ainda mais próximo a área residencial, o Correio pôde ver como começa a diversão nos estabelecimentos. O aspecto da loja de conveniência era o de um barzinho, com mesas e pessoas bebendo. O repórter foi até o local e, sem se identificar, pediu duas cervejas. Embora passasse de 1h, foi atendido. Perguntou a um atendente se ele passava a compra no cartão. Ele respondeu que só recebia em dinheiro, a não ser que o cliente aproveitasse para abastecer o carro. Uma das mesas estava repleta de garrafas e latinhas de bebida alcoólica.
Minutos depois, um casal chegou em um Palio equipado com caixa de som potente. O homem, que estava com bebida, estacionou e abriu o porta-malas. O grupo que estava na loja de conveniência cresceu. O dono do carro conversou com alguns deles, voltou, manobrou e aproximou o veículo das pessoas que estavam nas mesinhas. Outros dois carros chegaram em seguida e estacionaram na entrada do posto. Motoristas e passageiros bebiam. Em nenhum dos casos, a Polícia Militar passou pelo local.
Frentistas e atendentes de lojas de conveniência mantêm o silêncio, com medo de represálias dos patrões. Os trabalhadores, no entanto, também sofrem com as algazarras. São obrigados a trabalhar com som alto, lidar com pessoas embriagadas e arcam com as despesas de danos e produtos que não foram pagos. Para Carlos Alves do Santos, presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis do DF (Sinpospetro-DF), as festas, por mais incômodas que sejam para a população e para os empregados, são fonte de lucro para os patrões e vão continuar.
De acordo com o coronel da Polícia Militar Carlos Alberto Teixeira Pinto, chefe da Comunicação Social da PM, a corporação tem um plano de ação para cada batalhão. Segundo ele, a iniciativa visa coibir furtos e roubos a postos de combustível, e, consequentemente, reprime algazarras. O coronel ressaltou, no entanto, que a competência de fiscalizar festas é da Agência de Fiscalização do DF (Agefis) e das administrações regionais. “Recomendamos que os moradores se organizem, caso se sintam incomodados pelo som de um estabelecimento, e procurem diretamente a Agefis e a administração para que providências sejam tomadas”, disse.
Para ler na íntegra, visite o site da fonte.
Fonte: Correio Braziliense
As reclamações da comunidade são idênticas: bebidas e carros de som nas madrugadas, de quinta a domingo. Em alguns locais, segundo populares, as festas ocorrem em outros dias da semana. Em geral, os grupos que se reúnem nos postos se conhecem no local, mas sabem qual estabelecimento é conivente com o comportamento proibido pela legislação — no DF, é proibida a venda de bebidas alcoólicas nos postos, após as 22h.
Dos estabelecimentos visitados pelo Correio, dois estavam ocupados por pessoas que chegavam com cerveja e carros com som alto pouco depois de 1h. Em ambos os casos, a música e a bebedeira ocorreram próximo a residências. O último posto da Avenida Samdu Norte, em Taguatinga, no cruzamento que liga a pista à Avenida Hélio Prates, em frente à 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), o consumo de bebida era generalizado. Um carro de som animava os clientes e os frentistas trabalhavam como se nada acontecesse.
No local, duas garotas dançavam ao lado do carro. Em certo momento, um dos clientes subiu no veículo e dançou sobre o capô. A medida em que o tempo passava, mais carros estacionavam no local. A turma, em sua maioria, já chegava com latas de cerveja nas mãos. Um homem desembarcou no posto com uma garrafa de conhaque e dividiu com o grupo. A reportagem ficou no local por cerca de meia hora. Os frequentadores que saíam viram a equipe do Correio. Eles passavam gritando ou buzinando e anunciavam a presença do carro do jornal. A festa seguiu madrugada a dentro.
No segundo posto, na QNN 34, em Ceilândia, esse ainda mais próximo a área residencial, o Correio pôde ver como começa a diversão nos estabelecimentos. O aspecto da loja de conveniência era o de um barzinho, com mesas e pessoas bebendo. O repórter foi até o local e, sem se identificar, pediu duas cervejas. Embora passasse de 1h, foi atendido. Perguntou a um atendente se ele passava a compra no cartão. Ele respondeu que só recebia em dinheiro, a não ser que o cliente aproveitasse para abastecer o carro. Uma das mesas estava repleta de garrafas e latinhas de bebida alcoólica.
Minutos depois, um casal chegou em um Palio equipado com caixa de som potente. O homem, que estava com bebida, estacionou e abriu o porta-malas. O grupo que estava na loja de conveniência cresceu. O dono do carro conversou com alguns deles, voltou, manobrou e aproximou o veículo das pessoas que estavam nas mesinhas. Outros dois carros chegaram em seguida e estacionaram na entrada do posto. Motoristas e passageiros bebiam. Em nenhum dos casos, a Polícia Militar passou pelo local.
Frentistas e atendentes de lojas de conveniência mantêm o silêncio, com medo de represálias dos patrões. Os trabalhadores, no entanto, também sofrem com as algazarras. São obrigados a trabalhar com som alto, lidar com pessoas embriagadas e arcam com as despesas de danos e produtos que não foram pagos. Para Carlos Alves do Santos, presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis do DF (Sinpospetro-DF), as festas, por mais incômodas que sejam para a população e para os empregados, são fonte de lucro para os patrões e vão continuar.
De acordo com o coronel da Polícia Militar Carlos Alberto Teixeira Pinto, chefe da Comunicação Social da PM, a corporação tem um plano de ação para cada batalhão. Segundo ele, a iniciativa visa coibir furtos e roubos a postos de combustível, e, consequentemente, reprime algazarras. O coronel ressaltou, no entanto, que a competência de fiscalizar festas é da Agência de Fiscalização do DF (Agefis) e das administrações regionais. “Recomendamos que os moradores se organizem, caso se sintam incomodados pelo som de um estabelecimento, e procurem diretamente a Agefis e a administração para que providências sejam tomadas”, disse.
Para ler na íntegra, visite o site da fonte.
Fonte: Correio Braziliense
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