Prestimoso, bem-informado e educado leitor envia e-mail puxando as orelhas do Correio Braziliense por conta da suposta confusão que o jornal faz entre o que é Brasília e o que é Distrito Federal.
Brasília, ele explica, é a Região Administrativa de Brasília. Ou seja, Brasília é: a Asa Norte, a Asa Sul, o Setor Militar Urbano, o Setor de Garagens e Oficinas, a Área de Camping, o Eixo Monumental, a Esplanada dos Ministérios, o Setor de Embaixadas Sul e Norte, a Vila Planalto, a Granja do Torto, a Vila Telebrasília, o Setor de Áreas Isoladas Norte. Ponto.
Distrito Federal é todo o quadradinho, ou seja, Brasília mais as 29 outras regiões administrativas, a saber (se você tiver paciência): Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Núcleo Bandeirante, Ceilândia, Guará, Cruzeiro, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, lago Sul, Riacho Fundo, Lago Norte, Candangolândia, Águas Claras, Riacho Fundo II, Sudoeste/Octogonal, Varjão, Park Way, Setor Complementar de Indústria e Abastecimento, Sobradinho II, Jardim Botânico, Itapoã, Setor de Indústria e Abastecimento e ufa! Vicente Pires.
Do ponto de vista normativo e legal, o leitor está pleno de razão. Uma cidade, porém, não se contém em normas, regras e leis. Uma cidade é formada por um caldo de cultura que seu povo vai criando junto com as camadas do tempo. Quem denomina uma cidade é quem nela vive. A título de ilustração: quando foi inaugurado, em 1978, o Parque da Cidade ganhou o nome oficial de Parque Rogério Pithon Farias, em homenagem ao filho do governador Elmo Serejo de Farias, morto em acidente de trânsito. Mais adiante, passou a se chamar Parque Sarah Kubitschek. Por mais merecedora da homenagem que seja a primeira-dama, a cidade ainda assim preferiu chamar a sua mais nobre área de Parque da Cidade.
Brasília é o nome mítico dado ao desejo de uma nação de ocupar todo o seu território, de voltar-se para o interior, de perder seu complexo de vira-lata, de mostrar ao mundo que tinha gênio, criatividade e vontade para construir uma nova capital onde o sertão se escondia. Brasília era o nome do destino desenhado no alto das jardineiras que saíam do Sudeste, e da voz dos motoristas dos paus-de-arara que saíam do Nordeste. Brasília era o nome da esperança que moveu a gente brasileira que procurava o futuro, que alimentou os que buscavam prosperidade.
Pergunte a um morador do Recanto das Emas onde ele mora. É em Brasília. Quando ele volta pro Nordeste e leva presentes e conta como conseguiu o lote, a casa e o emprego e diz que é amigo do ascensorista do ministério, que já foi ao Congresso, já viu o Lula, quando ele conta tudo isso, com o peito inchado de orgulho, ele diz que mora em Brasília.
Brasília é o nome mítico de um território que reinventou o Brasil e que, na letra da lei, se chama Distrito Federal. Mas esse é um nome para os registros oficiais. E uma cidade é mais cidade quanto menos oficial ela for. Brasília é todo o quadradinho, mesmo que ele se chame Distrito Federal.
Conceição Freitas
Fonte: Correio Braziliense
Brasília, ele explica, é a Região Administrativa de Brasília. Ou seja, Brasília é: a Asa Norte, a Asa Sul, o Setor Militar Urbano, o Setor de Garagens e Oficinas, a Área de Camping, o Eixo Monumental, a Esplanada dos Ministérios, o Setor de Embaixadas Sul e Norte, a Vila Planalto, a Granja do Torto, a Vila Telebrasília, o Setor de Áreas Isoladas Norte. Ponto.
Distrito Federal é todo o quadradinho, ou seja, Brasília mais as 29 outras regiões administrativas, a saber (se você tiver paciência): Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Núcleo Bandeirante, Ceilândia, Guará, Cruzeiro, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, lago Sul, Riacho Fundo, Lago Norte, Candangolândia, Águas Claras, Riacho Fundo II, Sudoeste/Octogonal, Varjão, Park Way, Setor Complementar de Indústria e Abastecimento, Sobradinho II, Jardim Botânico, Itapoã, Setor de Indústria e Abastecimento e ufa! Vicente Pires.
Do ponto de vista normativo e legal, o leitor está pleno de razão. Uma cidade, porém, não se contém em normas, regras e leis. Uma cidade é formada por um caldo de cultura que seu povo vai criando junto com as camadas do tempo. Quem denomina uma cidade é quem nela vive. A título de ilustração: quando foi inaugurado, em 1978, o Parque da Cidade ganhou o nome oficial de Parque Rogério Pithon Farias, em homenagem ao filho do governador Elmo Serejo de Farias, morto em acidente de trânsito. Mais adiante, passou a se chamar Parque Sarah Kubitschek. Por mais merecedora da homenagem que seja a primeira-dama, a cidade ainda assim preferiu chamar a sua mais nobre área de Parque da Cidade.
Brasília é o nome mítico dado ao desejo de uma nação de ocupar todo o seu território, de voltar-se para o interior, de perder seu complexo de vira-lata, de mostrar ao mundo que tinha gênio, criatividade e vontade para construir uma nova capital onde o sertão se escondia. Brasília era o nome do destino desenhado no alto das jardineiras que saíam do Sudeste, e da voz dos motoristas dos paus-de-arara que saíam do Nordeste. Brasília era o nome da esperança que moveu a gente brasileira que procurava o futuro, que alimentou os que buscavam prosperidade.
Pergunte a um morador do Recanto das Emas onde ele mora. É em Brasília. Quando ele volta pro Nordeste e leva presentes e conta como conseguiu o lote, a casa e o emprego e diz que é amigo do ascensorista do ministério, que já foi ao Congresso, já viu o Lula, quando ele conta tudo isso, com o peito inchado de orgulho, ele diz que mora em Brasília.
Brasília é o nome mítico de um território que reinventou o Brasil e que, na letra da lei, se chama Distrito Federal. Mas esse é um nome para os registros oficiais. E uma cidade é mais cidade quanto menos oficial ela for. Brasília é todo o quadradinho, mesmo que ele se chame Distrito Federal.
Conceição Freitas
Fonte: Correio Braziliense
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