domingo, 6 de junho de 2010

Novo campus deve demorar mais um pouco

Alunos da Universidade de Brasília (UnB) que estudam em Ceilândia reclamam da falta de espaço no local onde estão instalados provisoriamente – o Centro de Ensino Médio 4, localizado próximo à estação Guariroba do Metrô-DF. Eles estão na escola desde novembro de 2008 porque o novo campus da instituição na satélite ainda não está pronto. As obras dos prédios definitivos da instituição estão atrasadas, visto que a Secretaria de Obras anunciou em abril que tudo seria finalizado até a segunda quinzena de maio.

O campus da instituição em Ceilândia está sendo construído em uma área de cerca de 20 hectares. No total, são R$ 22 milhões investidos. A unidade da instituição terá nove mil m² de área e dois prédios para atender cinco mil estudantes. A previsão inicial era concluí-lo em dezembro de 2009. Problemas com a construtora causaram o adiamento da inauguração para fevereiro. A reportagem do Jornal Alô Brasília entrou em contato com a assessoria da vice-governadora Ivelise Longhi, que coordena o Comitê de Acompanhamento, Controle e Monitoramento de Obras Públicas, mas no momento, não soube informar a data de entrega da obra.

Um portão divide a área interna do Centro de Ensino Médio 4. De um lado, estudam os universitários. Do outro, os alunos da escola. O campus da instituição na cidade mais populosa do DF é destinado para cinco cursos da área de saúde. O espaço usado pelos discentes da UnB foi adaptado. As paredes estão pintadas e as salas de aula possuem ar condicionado. O auditório é compartilhado com o CEM 04.

Atualmente há aproximadamente 960 estudantes da instituição no campus. No próximo semestre, chegarão mais 240 calouros. A principal reclamação deles é a superlotação nas salas. Em algumas, as carteiras ficam bem próximas ao quadro. Outras turmas assistem às aulas na Escola Técnica de Ceilândia. Neste ano, ainda não foi possível usar a biblioteca nem o laboratório porque os servidores técnico-administrativos estão em greve.

Na turma de Thaís Santos, 20 anos, que cursa o terceiro semestre de Terapia Ocupacional, há cerca de 60 pessoas. Em 2009, os professores tinham de dividir as aulas em duas etapas e separar as turmas para revezarem o uso de um único laboratório. “Enquanto metade ficava na sala fazendo um exercício de teoria, a outra ficava na prática. Assim é muito ruim porque a gente só podia usar de 15 em 15 dias”, relatou. Segundo ela, o espaço é pequeno e não comporta todos juntos. Tem bons equipamentos, mas não supre a necessidade dos professores. “No meu curso, por exemplo, quase todas as disciplinas deveriam ser no laboratório”, disse.

Para Roberta Carvalho, 21 anos, do terceiro período de Saúde Coletiva, os alunos têm uma ótima base na teoria, mas se houvesse mais infraestrutura facilitaria no aprendizado. “Alguns assuntos da nossa área ficam mais fáceis de entender na prática. Só lendo é massante e a gente fica cansado. Nós percebemos que os professores fazem o possível para não perdermos matéria e nos estimular”, contou. A presença dos universitários incomoda estudantes do CEM, segundo ela. “Dá pra perceber que eles gostariam que nós não estivéssemos aqui. Mas na verdade eles estão certos porque o espaço é deles e nós que chegamos”, observou.



Fonte: Jornal Alô Brasília

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