O tradicional Festival de Brasília do Cinema Brasileiro deixa os velhos costumes para trás e inova em diversos pontos a partir da 44ª edição. Os novos critérios foram criados por uma comissão da Secretaria de Cultura do Distrito Federal com o objetivo de democratizar o acesso ao cinema tanto por parte do público, como dos produtores. Em coletiva de imprensa que aconteceu na manhã da última terça-feira (17), o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, e o novo coordenador do Festival, Nilson Rodrigues, justificaram as mudanças que vão desde a data até o fim do critério de ineditismo.
Sobre a quebra do tão rigoroso critério de ineditismo para a mostra principal, a secretaria acredita que trata-se de uma mudança mais do que necessária. “Este sempre foi um dogma do Festival que nos colocou numa situação difícil e com uma programação frágil. Na época que este critério foi criado existiam poucos festivais no Brasil. Hoje são mais de 250”, justifica o coordenador Rodrigues.
Junto com essa novidade, mais uma que pode surpreender muita gente: a mostra principal não será aberta apenas para produções filmadas em 35mm, mas sim em qualquer formato. “O mais importante não é o suporte com o qual o filme foi feito, este é apenas um dos elementos”, defende Rodrigues. “Imagina se não incluiríamos um filme de Eduardo Coutinho simplesmente porque foi feito em digital?”, exemplifica o coordenador.
Nos últimos anos, o Festival acontecia no mês de novembro, mas em 2011 ele ocorrerá de 26 de setembro a 3 de outubro. Esta decisão, segundo Rodrigues, vai além de uma simples questão de múltipla escolha. “O evento apresentava uma série de dificuldades nos últimos anos e começou a ser jogado para novembro muito mais pelas complicações do que pela data em si”, explica Rodrigues. “Entendemos que o novo período é melhor inclusive no ponto de vista climático, que não é tão chuvoso como acontece no fim do ano”, completa.
Desta vez poderão participar todos os filmes inscritos, exceto os que já tiverem ganhado prêmio de melhor filme em algum outro festival. Agora, no Festival de Brasília, a principal premiação será de R$ 250 mil, R$ 170 mil a mais do que o antigo prêmio. Outra mudança importante é que o Festival se estende a três cidades satélites: Taguatinga, Ceilândia e Sobradinho, que receberão as exibições simultaneamente com o Cine Brasília e com os mesmos rituais de apresentação.
Tais inovações foram feitas depois que a própria secretaria assumiu a situação de decadência em que se encontra o Festival que já foi um dos mais importantes do país. “Nós ouvimos a comunidade do cinema brasiliense e formamos uma curadoria que não existia”, conta o secretário Pereira. “O Festival dá sinais claros de declínio e as mudanças são necessárias para reposicioná-lo no circuito de festivais brasileiros”, assume.
Fonte: Mais Comunidade
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