segunda-feira, 20 de junho de 2011

Opinião: Tailândia Shopping em 2013

“Muito obrigado, em nome da população de Ceilândia, pela coragem de um investimento que oferecerá um retorno incalculável para a cidade”.

Estas comovidas palavras teriam sido dirigidas pelo deputado distrital Chico Vigilante ao ex-vice-governador Paulo Octavio, no dia 11 de junho, durante o lançamento do Ceilândia Plaza Shopping & Tower.

Assim que você conseguir desenrolar a língua, direi que nem vem muito ao caso o fato de que o (prepare de novo a língua) Ceilândia Plaza Shopping & Tower, apesar de ter Ceilândia no nome, ficará mesmo é no Setor M Norte de Taguatinga.

E acrescentarei que o mais importante mesmo é que, apesar do nome pretensamente moderno, no mais puro e corrente português que se fala atualmente no Brasil, o shopping esperado durante tantos anos por uma parcela da população de Ceilândia já chega ultrapassado, pois segue um conceito e um preconceito que estão, ambos, fora de moda.

O conceito é o do “shopping-sarcófago” ou “shopping-mausoléu”, que há muito tempo vem sendo abandonado até mesmo em países ambientalmente atrasados como a China.

Já o preconceito é aquele mesmo que todo mundo conhece: se é para a Ceilândia, então qualquer coisa serve, deixe de ser chato, caia de joelhos e agradeça.

Mas o que de fato mais chama a atenção é a postura de Chico Vigilante, deputado pelo PT, partido que supostamente governa o DF atualmente.

É que poucos dias atrás o governo do qual ele faz parte anunciou que encaminhará à Câmara Legislativa um projeto de lei sobre estudos de impacto de vizinhança.

O objetivo da nova lei seria melhorar o planejamento urbano do DF. Assim, quando ela for aprovada, o Distrito Federal terá parâmetros para autorizar ou não a construção de empreendimentos (inclusive shopping centers), a partir da análise do adensamento populacional que será gerado, da presença de equipamentos públicos necessários para atender a nova demanda, da valorização imobiliária, da intensificação de tráfego e da necessidade de transportes públicos. E também do impacto que a nova construção terá na paisagem urbana.

A lei ainda não está em vigor. Mas, se foi proposta, é porque o governo do PT considera que os temas de que ela tratará são relevantes. E isto vale já no presente.

No entanto, até onde se sabe, não foram divulgados estudos sobre o impacto que o Tailândia Shopping terá sobre coisas sem importância como o fluido e tranquilo trânsito na Avenida Hélio Prates e seus arredores, por exemplo. Com certeza vai ficar ainda melhor.

Outro aspecto interessante da postura de Vigilante: o shopping será construído pelo empresário Paulo Octavio, o ex-vice-governador de José Roberto Arruda.


Leia na íntegra visitando o site da fonte.


Fonte: Ceilândia.com

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