sábado, 15 de outubro de 2011

Horário de verão 2011/2012

Sono, cansaço ou mais tempo para aproveitar o dia. O horário de verão começa amanhã e divide opiniões. Favoráveis ou não, os brasilienses, assim como os moradores de várias outras parte do país, terão de adiantar os relógios em uma hora a partir da meia-noite e se adaptar a uma nova rotina. O sistema vale para o Distrito Federal, para a Bahia e para os demais estados do Centro-Oeste, do Sul e do Sudeste. A mudança nos ponteiros deve se entender até a meia-noite de 26 de fevereiro do próximo ano.

Todos os anos, boa parte dos brasileiros enfrenta dificuldades quando o novo horário entra em vigor. O sofrimento é maior para aqueles que têm de chegar cedo ao trabalho e levantam da cama quando o sol ainda está longe de aparecer. A professora de educação física Keila Fontana, doutora em fisiologia do exercício pela Universidade de Brasília (UnB), explica que a mudança afeta, em especial, o sono. “O organismo é regido por vários relógios biológicos e um deles é o ciclo do claro e do escuro. Os efeitos são sentidos com mais intensidade durante a primeira semana. Acordar uma hora antes do normal traz uma série de alterações, principalmente as hormonais”, detalha.

O corpo humano, segundo Keila, tem grande potencial de adaptação. No entanto, destaca a professora, é preciso adotar algumas medidas, como dormir antes do habitual. “O problema é que a pessoa não está acostumada e, mesmo que tente, não consegue. Acaba tendo mais dificuldades até ser vencida pelo cansaço, com o passar dos dias. Há vários tipos de pessoas. Umas rendem melhor pela manhã, outras são mais vespertinas. Mas todas sentem a diferença com o início do horário de verão.” Outra questão citada pela especialista é a mudança na alimentação. “Dá a hora do almoço, mas a fome não chegou ainda. Tem organismo que rejeita e a pessoa nem consegue comer.”

Já no primeiro dia, o horário de verão vai exigir mais esforço do bombeiro militar Fabrício Monteiro, 41 anos. Atleta profissional, ela vai participar de uma corrida amanhã, com largada marcada para 8h, no estacionamento do ParkShopping. Para não ser pego pelo sono e pelo cansaço no primeiro dia do horário de verão, Fabrício planeja se deitar cedo. “É difícil dormir. Até conseguir me adaptar, demora semanas”, afirma. “O horário de verão altera o relógio biológico. Mas acredito que não haja perda de desempenho na corrida”, torce o competidor.






A justificativa para a implementação do horário de verão é a contenção de gastos com eletricidade nos períodos de pico. No Distrito Federal, a Companhia Energética de Brasília (CEB) estima uma redução de 0,5% no consumo de energia elétrica nos quatro meses em que estiver em vigor, o que equivale a 2.935 MW/h. O índice é suficiente para alimentar 25% de uma cidade como Brazlândia durante todo o período de mudança nos ponteiros.

Quanto à demanda no horário de pico, entre as 18h e as 21h, a companhia prevê uma redução de 4%. O percentual corresponde à energia exigida por uma região administrativa inteira como o Guará no momento de maior consumo do dia. A redução proporciona uma margem de folga para a rede de abastecimento elétrico. “As distribuidoras ganham com a redução do pico de demanda. Isso diminui os riscos de desligamento pelo carregamento dos sistema, que está sendo menos exigido”, explica o engenheiro eletricista Nelson Miranda, da Gerência de Engenharia do Sistema da CEB.

Entre 2010 e 2011, no DF, a redução média na demanda no horário de pico foi de 3,4% e o consumo total caiu em 0,5%. “Para as pessoas, a diminuição no consumo é irrisória e não vai ser tão sentida. Mas no que se refere a indústrias e a iluminação pública, por exemplo, a mudança é bastante significativa”, destaca Miranda.



Fonte: Correio Braziliense

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