quarta-feira, 20 de abril de 2011

A informação que traz mudança

Em 1989, Clênio Márcio comemorava o aniversário com os amigos na Barragem do Descoberto. No último mergulho, sofreu um acidente que o deixou sem movimentos nos braços e nas pernas. “Eu não saia de casa. Tinha vergonha de mim mesmo por ter sofrido uma lesão e estar numa cadeira de rodas. Mas depois que eu comecei a pintar, a arte tem me levado a lugares que eu não teria ido sem ela”, conta Clênio.

Mas para viver da arte, ele precisava de um material muito caro, que Clênio não conseguia pagar com apenas um salário mínimo. “Eu desenhava em cartolinas e com uns tubinhos de tinta que ganhei de uma prima, mas não é a mesma coisa que pintar em tela”, relata.

Em 1999, a TV Globo contou essa história. A persistência registrada pelas lentes comoveu Brasília e as doações fizeram a pintura virar profissão. Foi assim com Clênio e foi assim também em uma escolinha da área rural da Ceilândia.

No ano 2000, o público se emocionou com a rotina de um grupo de alunos que enfrentava uma travessia perigosa e mais de uma hora e meia de caminhada para conseguir estudar. Para chegar até a sala de aula, as crianças atravessavam um rio.

As crianças daquela época cresceram, mas guardam as lembranças da travessia na memória. “Na hora de passar tinha perigo de animal, tinha cobra. E fora que se chovesse não tinha como ir para a escola e, se chovesse na hora que estávamos na escola, não tinha como voltar [para casa]”, lembra Cláudio Henrique Vieira.

A escolinha do Córrego das Corujas continua encravada no meio das chácaras, mas, desde que a reportagem mostrou o problema, o ônibus chegou para levar a meninada em segurança. “Eu acho que o ônibus foi um dos ganhos maiores que a gente teve, muito significativo. Depois disso, vieram outras vitórias, a gente aprendeu a lutar”, afirma a diretora da escola, Suélia Gomes.



Fonte: Rede Globo

Nenhum comentário: