quinta-feira, 28 de abril de 2011

Dia de Conscientização contra o Ruído

Em comemoração do Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído, pesquisadores, estudantes da Universidade Católica de Brasília (UCB) e fiscais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) realizaram ontem uma ação educativa em Taguatinga contra a poluição sonora. A atividade foi na Praça do Relógio. Com medidores de pressão sonora, o grupo verificou o nível de barulho dos carros que passavam pela avenida central e constatou picos de 80.8 decibéis de ruído, ou seja, 20 decibéis a mais do que o limite máximo estabelecido pela Norma nº 10.151 da Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT), que especifica aceitável o nível de até 60 decibéis para ambientes externos.

O excesso de ruído no local, segundo especialistas, deve-se à quantidade de carros de som com propaganda, buzinas e ônibus antigos, e com motores barulhentos. Taguatinga também está entre as cidades que mais produzem poluição sonora, com 14 queixas registradas no Ibram no primeiro trimestre deste ano. Em todo o Distrito Federal, foram 116 reclamações de janeiro a março de 2011.

Segundo o físico e pesquisador da UCB Sérgio Luiz Garavelli, o barulho é um dos causadores do estresse e de outros males, como dor de cabeça, perda de concentração, cansaço e distúrbios cardiovasculares e hormonais. Para ele, é preciso que a população comece a reduzir os níveis de ruído produzidos ao longo do dia, caso contrário os efeitos na saúde serão inevitáveis. “Qualidade de vida é um princípio básico. Mesmo quando uma pessoa está dormindo, se houver ruído externo, o sono já não é mais o mesmo. É como se não descansasse suficiente”, alerta, embasado em estudos realizados na área ao longo dos anos.

A mais recente polêmica sobre poluição sonora ocorreu na 408 Norte, com o fechamento de quatro bares da quadra: Rua Café 8, Meu Bar, Cenário e Café Senhoritas. Os donos contestaram a ação da fiscalização, que lacrou os estabelecimentos e estipulou multa de R$ 3 mil para a reabertura dos comércios. Todos já haviam sido notificados no ano passado. Os proprietários, agora, devem assinar um termo se comprometendo a reduzir o barulho do bar para poder atender o público. Hoje, os donos dos estabelecimentos deverão ir ao Ibram para fazer o acordo de reabertura, mas, caso os locais voltem a emitir ruídos acima do permitido pela legislação, a multa poderá chegar a R$ 20 mil.



Fonte: Correio Braziliense e Band

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