terça-feira, 26 de abril de 2011

Ação contra o crack

O tráfico e o consumo de crack em Ceilândia virou alvo de operações de segurança ontem à tarde na QNN 1 e na QNN 3, uma das regiões em que o problema é maior na cidade. Os principais alvos escolhidos pelas polícias Militar e Civil foram os bueiros usados como moradia e esconderijo por usuários do subproduto da cocaína, além do Castelo de Grayskull. A ação ocorreu no mesmo dia em que o Correio denunciou a ineficiência do Poder Público nas imediações desses locais. A reportagem mostrou que pessoas de todas as idades continuavam a fumar as pedras, mesmo após série publicada com exclusividade em setembro do ano passado.

Apenas nas duas quadras conhecidas como cracolândias de Ceilândia, as equipes apreenderam 40 homens, mulheres, adolescentes e crianças. Os investigadores também apreenderam CDs roubados, maconha, facas e aparelhos de choque elétrico. À noite, agentes e delegados da 15ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia Centro, estenderam a operação para outros pontos de tráfico na cidade. Ao todo, pelo menos 100 pessoas foram levadas de ônibus para a unidade policial.

A degradação causada pelo crack se tornou evidente. Homens e mulheres surpreendidos pela polícia passam o dia em condições extremas. As galerias de esgoto se transformaram em abrigo para os usuários de crack. Do lado de fora, o vaivém de viciados maltrapilhos não para. Perto dos bueiros, fica uma construção abandonada, batizada por eles de Castelo de Grayskull. Lixo, entulho e restos de comida ocupam o interior do esqueleto do prédio. Um homem e uma criança assavam carne em cima de uma lata de tinta no momento em que as equipes chegaram.


Os policiais encaminharam as pessoas sem pendências criminais para um abrigo em Taguatinga Sul. Dois adultos, no entanto, tinham ordem de prisão, e dois jovens tinha mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Pelo menos 30 crianças e adolescentes fazem parte do grupo de usuários apreendidos. “A maioria, inclusive os menores de idade, acabam voltando. A única solução é vencê-los pelo cansaço. O trabalho na área vai ser rotineiro para se chegar ao resultado esperado”, explicou o delegado-chefe da 15ª DP, Fernando Fernandes.





A obra inacabada integra o projeto Centro Cultural de Ceilândia. O espaço é uma reivindicação dos moradores desde 1980, e a primeira parte da edificação começou a ser levantada em 1986. Fariam parte do complexo seis prédios, mas somente dois saíram do papel em decorrência dos altos preços do serviço. A construção acabou abandonada e mantém apenas com os muros que remetem às paredes de uma modesta fortaleza. A semelhança garantiu ao esqueleto de concreto o apelido de Castelo de Grayskull, em referência ao desenho animado He-Man.



Para ler na íntegra, visite o site da fonte.


Fonte: Correio Braziliense e Ceilândia.com

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