A Caixa d'Água de Ceilândia está para os ceilandenses como o Pão de Açúcar está para os cariocas e a Estátua da Liberdade, para os americanos. Perto de completar 40 anos, a obra continua inovadora e elegante. É uma peça da arquitetura moderna que não envelheceu (parece até mais jovem que a Torre Digital).
Ceilândia nasceu na caixa, lugar onde foi fixada a pedra fundamental da nova satélite, e cresceu ao redor da caixa. Uma coluna de concreto, de 27 metros de altura, com textura de frisos sustenta o volume em formato que lembra uma taça, um disco-voador, uma flor, um troféu, a depender da imaginação do freguês.
O que muitos não sabem é que a Caixa d'Água de Ceilândia é obra de um importante arquiteto modernista paranaense, Gerhard Leo Linzmeyer (1928/1999). Formado em Engenharia pela Universidade Federal do Paraná, fez arquitetura na Universidade de Kalsruhe, na Alemanha, entre os anos 1956 e 1957, período em que Brasília começou a ser construída. Ainda não se descobriu em que circunstâncias Linzmeyer projetou a Caixa d'Água, mas na internet pode-se admirar alguns belos exemplares de casas que ele deixou em Curitiba. Entre os anos 1975 e 1979, portanto depois da inauguração da caixa, o arquiteto foi secretário de Viação e Obras Públicas do Paraná.
Prestes a ser tombada como patrimônio da cidade, a Caixa d'Água passa por um processo de reconstituição histórica do qual participam a Caesb, a Divisão de Cultura da Administração de Ceilândia e a Secretaria de Cultura. A ideia partiu do Fórum de Cultura de Ceilândia, instância que reúne bravos moradores apaixonados pela cidade. Ainda não se sabe exatamente a data em que a obra foi inaugurada. Matéria publicada no Correio Braziliense , edição de 18 de dezembro de 1974, anuncia o dia em que ela começou a funcionar. Depois de quatro anos de penúria, os ceilandenses puderam contar com os 550 litros de água da caixa.
A caixa modernista foi inaugurada com uma "festa d'água". Pequenos ceilandenses brincavam sob o poderoso jato d'água enquanto o governador Elmo Serejo inaugurava a primeira etapa do programa de emergência para abastecimento de água em Ceilândia. (No mesmo dia, brasilienses hesitantes experimentavam o primeiro semáforo da W3 Sul, uma novidade para a cidade projetada para não ter cruzamentos).
No documento em que pede o tombamento da caixa, o Fórum de Cultura de Ceilândia realça a necessidade de proteger a obra de tanto "valor histórico cultural ,arquitetônico, ambiental e afetivo" para a cidade.
Assim como os traços da coluna do Alvorada se transformaram em símbolo da arquitetura moderna brasileira, a Caixa d'Água está na bandeira da cidade, ilustra capas de literatura de cordel, foi estilizada em obra de arte, está nos muitos grafites dos muros de Ceilândia, em painéis de estabelecimentos comerciais, nos desenhos das crianças nas escolas e muito mais ainda na alma dos incansáveis ceilandenses.
Ceilândia nasceu na caixa, lugar onde foi fixada a pedra fundamental da nova satélite, e cresceu ao redor da caixa. Uma coluna de concreto, de 27 metros de altura, com textura de frisos sustenta o volume em formato que lembra uma taça, um disco-voador, uma flor, um troféu, a depender da imaginação do freguês.
O que muitos não sabem é que a Caixa d'Água de Ceilândia é obra de um importante arquiteto modernista paranaense, Gerhard Leo Linzmeyer (1928/1999). Formado em Engenharia pela Universidade Federal do Paraná, fez arquitetura na Universidade de Kalsruhe, na Alemanha, entre os anos 1956 e 1957, período em que Brasília começou a ser construída. Ainda não se descobriu em que circunstâncias Linzmeyer projetou a Caixa d'Água, mas na internet pode-se admirar alguns belos exemplares de casas que ele deixou em Curitiba. Entre os anos 1975 e 1979, portanto depois da inauguração da caixa, o arquiteto foi secretário de Viação e Obras Públicas do Paraná.
Prestes a ser tombada como patrimônio da cidade, a Caixa d'Água passa por um processo de reconstituição histórica do qual participam a Caesb, a Divisão de Cultura da Administração de Ceilândia e a Secretaria de Cultura. A ideia partiu do Fórum de Cultura de Ceilândia, instância que reúne bravos moradores apaixonados pela cidade. Ainda não se sabe exatamente a data em que a obra foi inaugurada. Matéria publicada no Correio Braziliense , edição de 18 de dezembro de 1974, anuncia o dia em que ela começou a funcionar. Depois de quatro anos de penúria, os ceilandenses puderam contar com os 550 litros de água da caixa.
A caixa modernista foi inaugurada com uma "festa d'água". Pequenos ceilandenses brincavam sob o poderoso jato d'água enquanto o governador Elmo Serejo inaugurava a primeira etapa do programa de emergência para abastecimento de água em Ceilândia. (No mesmo dia, brasilienses hesitantes experimentavam o primeiro semáforo da W3 Sul, uma novidade para a cidade projetada para não ter cruzamentos).
No documento em que pede o tombamento da caixa, o Fórum de Cultura de Ceilândia realça a necessidade de proteger a obra de tanto "valor histórico cultural ,arquitetônico, ambiental e afetivo" para a cidade.
Assim como os traços da coluna do Alvorada se transformaram em símbolo da arquitetura moderna brasileira, a Caixa d'Água está na bandeira da cidade, ilustra capas de literatura de cordel, foi estilizada em obra de arte, está nos muitos grafites dos muros de Ceilândia, em painéis de estabelecimentos comerciais, nos desenhos das crianças nas escolas e muito mais ainda na alma dos incansáveis ceilandenses.
Conceição Freitas
Fonte: Correio Braziliense
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