quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Jovens fazem escolhas perigosas

As causas do acidente do fim de semana na BR-070 continuam em apuração. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) deve ficar pronto até sexta-feira. Segundo a polícia, os peritos adiantaram que o veículo seguia pela faixa da esquerda e, por volta das 5h, foi bruscamente para a direita em alta velocidade, saiu da via, bateu no chão e em um poste e capotou diversas vezes. Seis jovens entre 15 e 19 anos perderam a vida.

Agentes da 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte) investigam se o eletricista Aliésio Hipólito da Silva, 59 anos, tinha o hábito de ceder o carro para o filho de criação, o porteiro Espedito Sirqueira da Silva Júnior, 19, que conduzia o veículo na hora da tragédia. Se ficar provado que o garoto tinha o consentimento do pai, Aliésio poderá responder pelo artigo 310 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O eletricista, no entanto, disse à polícia que o filho pegou o carro sem autorização. “Nós já instauramos inquérito e estamos apurando as causas do acidente e, se há crime, é no caso de o Aliésio saber que o filho pegava o veículo e consentir”, disse o delegado responsável pelo caso, Amado Pereira.


Três perguntas para - Rosana Laurinda do Couto

38 anos, mãe de Duanny do Couto Veras, vítima do acidente na BR-070

Qual é a mensagem que a senhora gostaria de deixar aos pais após essa tragédia?
Eu deixo esse alerta para os pais ensinarem aos filhos a dar valor à vida e a honrá-los. Muita gente culpa os governantes, mas os próprios pais deixam de dar bons exemplos. Precisam ter mais consciência. Hoje, existe muita facilidade, muita tentação, em um mundo onde tudo acontece muito rápido. A Duanny era uma ótima filha, foi criada com os ensinamentos de Deus e nunca me deu trabalho. Ela não bebia, não usava drogas. Mas ela não resistiu a um convite. Não soube dizer “não”. Por isso, ela estava no lugar errado, na hora errada. Espero que os pais aprendam com a minha dor.

A senhora sente raiva ou mágoa?
Não. Prefiro pensar que Deus a tirou de mim para evitar que algo ainda pior acontecesse a ela, algo que talvez eu não fosse capaz de suportar. E também não quero ficar pensando muito e questionando as pessoas que estavam lá. Quem sou eu para julgar? Agora, ela está em um lugar maravilhoso, descansando ao lado do Senhor.

Como será a vida da sua família daqui para a frente?
Eu vou sempre sentir a falta dela, não tenho como substituí-la. Mas acho que um pedacinho dela vive na Nicole (filha de Duanny, de 1 ano e 8 meses). Elas são iguais, cada detalhezinho que Deus deu à Duanny deu à Nicole. E eu vou me concentrar em criar a minha neta e o meu filho, Kaio, de 1 ano e 5 meses e ensiná-los os bons valores e a escolher bem o caminho deles. O futuro só Deus sabe como será.
 
Luiz Calcagno e Ariadne Sakkis
 
 
 

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