sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Casa de apoio pode fechar

O Instituto Exército de Cristo, em Ceilândia, Distrito Federal, poder fechar se não conseguir um alvará para funcionar como uma associação. A afirmação é da presidente da casa de apoio, Francisca Tenório de Souza, 41 anos. Para obter o documento, a instituição depende da assinatura de alguns vizinhos em um termo de anuência porque o imóvel está localizado em uma área residencial. Segundo a entidade, as pessoas estão se recusando a assinar o documento por terem preconceito contra os portadores de HIV no local. “Eles acreditam que os soropositivos colocam a segurança deles em risco, mas nunca tivemos qualquer problema ou confusão”, diz Francisca. A instituição tem nove anos de existência e está há três no local (QNM 25 Conjunto E Casa 45 - Ceilândia Sul), acolhendo pessoas com o vírus HIV - sendo algumas em situação de rua. O local também é dirigido pelo marido de Francisca, Alderaci de Souza Sena, 40.

A instituição recebe recursos de pessoas físicas, jurídicas e também do Ministério da Saúde (por meio da portaria 1824 de casas de apoio). O investimento do órgão federal é administrado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. “Mesmo assim, estamos isolados, não temos comunicação com ninguém da região”, comenta Francisca.

Procurada pela reportagem, uma vizinha, que preferiu não ter o nome identificado, disse que o problema seria a falta de estrutura no local. “Eles não possuem nenhum tipo de atendimento psicológico para as pessoas. Além disso, uma vez nós já tivemos que ligar para a emergência e uma ambulância socorrer alguém lá dentro porque a única linha telefônica de lá estava travada em um telefone com chave”, alegou.

Entretanto, a informação não foi confirmada pelo núcleo de DST/Aids do Distrito Federal, dentro da Secretaria da Saúde. O órgão informou que faz visitas técnicas anuais na casa de apoio. A última foi efetuada no último dia 14 de outubro e não foi constatado qualquer tipo de problema ou irregularidade.

Já o Programa Nacional de DST/Aids informou que possuiu projetos com a entidade até o ano de 2004 e também não encontrou nenhum problema contra a instituição.

A Administração Regional de Ceilândia também foi procurada pela reportagem e informou que um impasse dessa natureza (um possível preconceito por parte de vizinhos) deve ser solucionado na justiça, já que é obrigatória a assinatura do termo de anuência por eles. A instituição necessita de pelo menos 1/3 de assinaturas de moradores da vila em que atua.



Para mais informações, visite o site da fonte.

Fonte: Agência de Notícias da Aids

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